A volta de Marta Suplicy ao PT causou um racha no partido. Valter Pomar, membro da direção nacional petista, publicou um manifesto no qual pede que a filiação da agora candidata a vice-prefeita de São Paulo seja impugnada.
“Faço isso [pedido de impugnação de Marta] com base nos prazos e termos previstos pelo estatuto do PT”, afirmou Pomar.
Marta retornou ao partido em evento nesta sexta-feira, 2, depois de ter deixado o PT em 2015, ocasião em que fez pesadas acusações à direção. Neste período, ela se filiou ao MDB e, em janeiro de 2021 passou a ser secretária municipal de Relações Internacionais da Cidade de São Paulo, na administração do atual prefeito Ricardo Nunes.
Até este sábado, 3, o site da Prefeitura de São Paulo ainda a colocava como ocupante do cargo. Houve, dentro da gestão, a possibilidade dela se candidatar a vice-prefeita na chapa com Nunes, nas próximas eleições.
Mas, no dia 8 de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) articulou publicamente o retorno de Marta ao PT e definiu que ela será a candidata a vice-prefeita na chapa com Guilherme Boulos (Psol), apoiada por Lula. Tal manobra indignou boa parte dos petistas, que se sentiram representados pelas palavras de Pomar.
“Compartilho da indignação de Pomar”, disse um dos internautas do partido. “A memória das ações e palavras da Marta Suplicy, depois de sua saída do PT me deixam numa enorme dúvida quanto a fazer campanha para a chapa com Boulos.”
“Sugiro que a impugnação seja debatida e votada diretamente no Diretório Nacional do PT”, observou Pomar, que listou uma série de possibilidades para que isso ocorra.
“Seja por economia processual, seja pela articulação da filiação ter sido feita nacionalmente, seja devido ao caráter nacional da disputa em São Paulo capital, seja devido à dimensão nacional da pessoa a quem se pretende filiar, seja devido ao fato de o estatuto assim o permitir.”
Como argumentos, o dirigente do PT citou atitudes da ex-prefeita contra o próprio partido. No momento em que se desfiliou, ela havia reiterado denúncias de corrupção contra integrantes do PT.
A saída de Marta do partido foi o primeiro motivo lembrado por Pomar. O dirigente petista destacou como argumento “o fato de Marta Suplicy ter deixado o PT, em 27 de abril de 2015, fazendo pesadas acusações contra o nosso partido, especialmente quanto ao tema ‘corrupção’”.
No dia seguinte à desfiliação dela, o PT divulgou nota na qual afirmou que recebeu com “indignação” a carta de Marta e que as razões da saída da então senadora se deviam “à ambição eleitoral e a um personalismo desmedido”.
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Pomar, em seguida, cita votos que Marta proferiu, como senadora, “em favor de políticas antipopulares, causando danos imensos à classe trabalhadora”, como na reforma trabalhista feita durante o governo de Michel Temer.
, foi o ” voto que Marta deu em favor do impeachment golpista contra a presidenta Dilma Rousseff.”
Como quarto motivo, o dirigente do PT se referiu à posição que Marta adotou depois de sair do PT, nos processos eleitorais de 2016, 2018 e 2020. Também ressaltou a participação dela no atual governo paulistano “do qual só saiu depois de convidada a ser vice na chapa encabeçada por Boulos.”
Fonte: revistaoeste