O Conselho Federal de Economia (Cofecon) elegeu no último sábado, 9, a ex-presidente da República Dilma Rousseff como Mulher Economista de 2023.
A decisão de homenagear Dilma foi tomada pelo Cofecon em assembleia realizada em formato híbrido e teria considerado “sua significativa contribuição para o desenvolvimento econômico e social do país ao longo de sua carreira”.
Dilma foi presidente durante a pior recessão da história do Brasil, entre 2014 e 2016, com uma contração do superior a 7%.
Nem na época da Grande Depressão de 1929 a queda no PIB chegou a uma magnitude como essa.
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Nunca na história do Brasil haviam ocorrido dois anos seguidos de contração do PIB, como em 2015 e 2016, quando o país enfrentou uma recessão de 3,5% ao ano.
Dilma também ficou famosa pela frase “gasto público é vida”, que se tornou o leitmotiv de sua Presidência.
Durante seus mandatos foram produzidos os dois maiores déficits primário da história do Brasil, chegando em 2015 em 1,9% e em 2016 em 2,5% do PIB, respectivamente.
Somente em 2020, no auge da pandemia de coronavírus, os rombos nas contas públicas chegaram a ser maiores.
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“A premiação marca não apenas a celebração do mérito da economista, mas também destaca a importância de reconhecer e valorizar as mulheres que desempenham papéis relevantes na promoção do desenvolvimento com responsabilidade social”, apontou o Conselho Federal de Economia em nota.
Gestão Dilma marcada por desastres econômicos
Outro marco de sua gestão foi a expansão dos empréstimos do , que chegou a ampliar sua carteira em R$ 500 bilhões cedidos ao Tesouro Nacional.
O objetivo desse empréstimo foi alavancar a atividade econômica, mas esse feito não foi alcançado durante seus mandatos.
Em 2012, a então presidente promoveu uma reorganização do setor elétrico, provocando aumento de custo para as distribuidoras do setor em cerca de R$ 198,4 bilhões.
Após tentar conter artificialmente as tarifas para se reeleger em 2014, Dilma autorizou um tarifaço poucas semanas depois.
Por último, Dilma era chamada de “mãe do PAC“, o Programa de Aceleração de Crescimento, criado durante o segundo governo Lula.
O objetivo era impulsionar a economia com pesados investimentos estatais. Mas esse projeto acabou deixando dezenas de obras inacabadas pelo Brasil.
Dilma foi removida do cargo em 2016 após um processo de impeachment aprovado pelo Congresso Nacional e pelo por causa das “pedaladas fiscais”, manobras contábeis para maquiar o resultado das contas públicas.
Dilma foi homenageada por ‘expertise no campo econômico’
Para o Cofecon, a escolha da ex-presidente reflete sua expertise no campo econômico e seu papel fundamental na implementação de políticas que moldaram a trajetória econômica do Brasil.
“O Sistema Cofecon/Corecons reafirma seu compromisso com a promoção da igualdade de gênero e o reconhecimento do talento feminino em todas as esferas profissionais”, informou o Conselho.
Cofecon tem histórico de premiar economistas ligadas ao PT
O Cofecon tem um histórico de entregar prêmios para economistas ligadas ao Partido dos Trabalhadores (PT).
Entre as homenageadas estão Denise Lobato Gentil e Esther Dweck, ambas professoras associadas do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e ligadas ao PT.
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Dweck é a atual ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A economista Tânia Bacelar, membro da equipe de transição de Lula em 2022 e ex-secretária de Planejamento e de Fazenda de Pernambuco, também já recebeu os títulos de “Mulher Economista Destaque” e “Personalidade Econômica de 2018″ da entidade.
A homenagem será entregue para Dilma em 2024, junto com a posse da nova diretoria do conselho.
Fonte: revistaoeste