O presidente do , Luís Roberto Barroso, disse que “o pensamento progressista sempre negligenciou, em alguma medida, a questão da segurança pública, atribuindo-a tão somente à pobreza e à desigualdade”.
“O que é um fato”, observou, nesta quarta-feira, 17, durante uma palestra em Davos, onde participa do Fórum Econômico Mundial. “Mas pobre também precisa de segurança pública, e nós nos atrasamos.”
Conforme Barroso, um dos motivos para essa situação é o passado colonial latino-americano, que provocou “uma ocupação territorial inadequada”. Dessa forma, o continente registrou aumento de pobreza e desigualdade.
Ainda de acordo com o presidente do STF, quase 30% da população da América Latina vive abaixo da linha da pobreza, uma “apropriação privada do espaço público por elites extrativistas que muitas vezes desborda para a corrupção”.
Para Barroso, o Brasil está perdendo a soberania para o crime organizado. O ministro do STF acredita que o Rio de Janeiro é apenas a ponta do iceberg.
“A questão da segurança pública não é só no Rio”, observou, durante uma palestra em Davos, onde participa do Fórum Econômico Mundial. “E talvez o Rio não seja o pior Estado, embora tenha mais visibilidade e essa combinação pavorosa de tráfico com milícia, de modo que o Rio é uma situação à parte. Mas não é muito diferente do resto do Brasil. Mais recentemente, as minhas preocupações também se voltaram para a Amazônia.”
Leia também: “Militante supremo”, reportagem publicada na Edição 184 da Revista Oeste
Fonte: revistaoeste