Ex-ministro da Justiça do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, o delegado da Anderson Torres foi intimado a depor, na quinta-feira 22, à PF. Segundo a defesa de Torres, ele responderá a todas as perguntas feitas pela polícia.
“Reafirma, assim, sua disposição para cooperar com as investigações e esclarecer toda e qualquer dúvida que houver, pois é o maior interessado na apuração isenta dos fatos”, informou a defesa de Anderson Torres em nota, nesta segunda-feira, 19. “O ex-ministro cumpre rigorosamente as medidas cautelares determinadas pela Justiça e acredita que a verdade prevalecerá.”
A oitiva é no âmbito da Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela PF, que mira o ex-presidente e aliados. A investigação apura
No início de 2023, Anderson Torres foi preso por suposta omissão nos atos de vandalismo que aconteceram contra às sedes dos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro do ano passado.
O depoimento de Bolsonaro,, foi agendado para o mesmo dia, mas a defesa do ex-presidente solicitou que a oitiva fosse adiada,
Outros aliados de Bolsonaro também foram intimados a prestar depoimento à PF na quinta-feira, sendo eles:
- General Augusto Heleno (ex-ministro do GSI);
- Coronel Marcelo Costa Câmara (ex-assessor de Bolsonaro);
- Mário Fernandes (ex-ministro-substituto da Secretaria-Geral da Presidência);
- Tércio Arnaud (ex-assessor de Bolsonaro);
- Almirante Almir Garnier (ex-comandante da Marinha);
- Valdemar Costa Neto (presidente do PL);
- Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa);
- Coronel Cleverson Ney Magalhães (ex-oficial do Comando de Operações Terrestres);
- General Walter Souza Braga Netto (ex-ministro da Defesa);
Como mostrou , o advogado Amauri Saad e o ex-assessor da Presidência Filipe Martins O documento teria sido montado entre novembro e dezembro de 2022 e serviria para manter Bolsonaro no poder.
A “minuta de decreto” para executar um “golpe de Estado” pedia a prisão de “diversas autoridades”. Entre elas, a do presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); e dos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Além disso, o documento determinava a realização de novas eleições. Conforme a PF, Bolsonaro pediu para tirar os nomes de Gilmar e de Pacheco do documento, mas preferiu manter o nome de Moraes. Além disso,
A PF descobriu ainda um vídeo de uma reunião em que Bolsonaro dizia a ministros que não poderiam esperar o resultado das eleições de 2022 para “agirem”. A defesa do ex-presidente, porém, afirma que ele nunca pensou em golpe de Estado.
A polícia ainda encontrou, no gabinete do ex-presidente na sede do Partido Liberal, um documento que seria outra suposta minuta de golpe. A defesa afirmou que o documento foi enviado a Bolsonaro por seu advogado, Paulo Amador da Cunha Bueno, para ele ter “conhecimento do material”.
Fonte: revistaoeste