O prefeito eleito em Cuiabá, Abílio Brunini (PL), está firme na empreitada de combater integrantes do crime organizado que teriam se infiltrado na Câmara Municipal da Capital. O liberal disse que vai até o fim e cogita pedir proteção policial. Em ocasião anterior, Brunini afirmou que o comando vermelho está oferecendo R$ 200 mil para cada vereador que votar em um parlamentar, aliado ao grupo criminoso, nas eleições da Mesa Diretora do Legislativo Cuiabano.
Em coletiva de imprensa durante a inauguração de cinco delegacias, em Cuiabá, nesta sexta-feira (8), Brunini afirmou que já passou nomes de pessoas suspeitas a delegados, mas agora irá conversar com o governador Mauro mendes, o secretário de Segurança Pública, César Roveri e a Delegada-Geral da Polícia Civil, Daniela Maidel.
“Eu já fiz. Eu já dei os nomes. A diferença é que eu não estou dando o nome para a imprensa. Já passei para alguns delegados e vou reforçar para o secretário [Roveri], governador [Mauro Mendes] e Delegada-Geral [Maidel] e vamos seguir com a nossa parte”, disse.
Embora sem revelar nomes, Abílio adiantou que os infiltrados na Câmara já foram alvos da Operação Ragnatela e Pubblicare, que investigam a promoção de eventos em casas noturnas de Cuiabá para lavar dinheiro do Comando Vermelho. Inclusive, o grupo criminoso chegou a comprar o Dallas Bar por R$ 800 mil para dar continuidade na ilicitude. Em um dos desdobramentos, o vereador Paulo Henrique (MDB) foi preso por ter laços com o CV.
Brunini acredita que a investigação deva correr em sigilo, para que não prejudique nenhum dos envolvidos, caso as informações acabem não sendo verdadeiras.
“Provavelmente, deve correr em sigilo até que haja a comprovação dos fatos, porque são pessoas politicamente expostas. Então isso pode correr o risco de não comprovar todas as denúncias e trazer prejuízo à imagem dessas pessoas”, afirmou.
O prefeito eleito afirmou que não teme por sua vida. Ele acredita que por ter exposto a situação é uma garantia de que não sofrerá represálias.
“Eu acredito que a gente tem que fazer o nosso trabalho. Eu busquei já as orientações, eu já fiz a minha parte, eu já expus isso. Entenda, expor essa situação até me protege fisicamente de toda a situação. A informação está pública .Isso já me protege. Não tem risco da pessoa querer fazer alguma coisa contra mim”, pontuou.
Questionado sobre a hipótese de pedir proteção policial, o liberal disse que não tinha pensado no assunto, mas que a partir de agora iria acatar a sugestão. “Não, mas agora vou pensar”, finalizou.
Fonte: hnt