O atual prefeito de Teresina (PI), Dr. Pessoa (PRD), foi um dos chefes de Executivo locais que viveram um fiasco ao tentar a reeleição neste domingo, 6. Com só 2,20% dos votos válidos, o equivalente a 10.131 eleitores, perdeu no primeiro turno para Silvio Mendes (União Brasil) — que se elegeu com apoio de 52,19% da população.
Com essa derrota esmagadora nas urnas, Dr. Pessoa tornou-se o primeiro prefeito de Teresina a não se reeleger para o cargo, desde a sanção da Lei da Reeleição, em 1997. Além da derrota para Silvio Mendes, ainda ficou atrás do candidato Fabio Novo (PT), que teve 43,26% dos votos.
O prefeito de Teresina ficou nacionalmente conhecido depois de ter dado uma cabeçada no também candidato Francinaldo Leão (Psol) durante um debate realizado pela TV Bandeirantes, em 8 de agosto.
O incidente ocorreu depois de Pessoa ser indagado sobre a situação da saúde pública na capital piauiense. Apesar da agressão, o debate continuou sem novas interrupções, e os dois prosseguiram no estúdio. Posteriormente, Francinaldo Leão registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil do Piauí.
A cabeçada em Francinaldo Leão custou caro para Dr. Pessoa, que passou a cair nas pesquisas, consolidando sua derrota. Foi o primeiro prefeito a não se reeleger em Teresina — em 2012, o prefeito Elmano Férrer também não conseguiu se eleger, mas tinha entrado no Executivo como vice de Silvio Mendes, que à época renunciou para concorrer ao cargo de governador do Estado.
Dr. Pessoa foi eleito em segundo turno, nas eleições de 2020, com mais de 62% dos votos válidos. Contudo, enfrentou grandes crises políticas em sua gestão, sobretudo na área do transporte público.
O impasse com as empresas responsáveis pela operação do sistema de transporte público resultou em interrupções no serviço, agravadas por greves frequentes de motoristas e cobradores, causando transtornos à população.
Na educação, também enfrentou problemas com professores, que realizaram protestos, paralisações e uma greve que se estendeu por mais de cem dias. Como medida, o então prefeito decidiu cortar o ponto dos grevistas e contratou temporariamente outros profissionais para suprir a demanda.
A saúde pública também foi alvo de críticas. Atrasos nos pagamentos a fornecedores provocaram o recolhimento de equipamentos essenciais, como aparelhos de ultrassom, tomografia e raios X, em 13 hospitais, incluindo o hospital de Urgência de Teresina. A gravidade da situação fez com que o Ministério Público considerasse uma intervenção no município.
Outro ponto crítico foi a paralisação dos serviços de coleta de lixo e capina em Teresina. O problema surgiu após o fim do contrato com a antiga prestadora do serviço, que passou a ser realizado por meio de um contrato emergencial.
Além das dificuldades administrativas, Dr. Pessoa também enfrentou crises políticas. Houve tentativas de impeachment e obstáculos na formação de uma base aliada sólida na Câmara Municipal, o que prejudicou a votação de importantes matérias legislativas.
A relação com aliados também foi marcada por desentendimentos. Dr. Pessoa rompeu com figuras importantes, incluindo lideranças do MDB, seu antigo partido, e o vice-prefeito Robert Rios.
Fonte: revistaoeste