A Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso (SES-MT) foi selecionada pelo Governo Federal para pesquisar o potencial de uma vacina inalatória contra a Covid-19, que está em fase de teste na China. O estudo, desenvolvido por servidores da SES, foi publicado no site do Ministério da Saúde como alerta de novas tecnologias passíveis de uso.
A pesquisa foi elaborada por servidores do Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde (Nats) da SES, sendo eles: Kelli Carneiro de Freitas Nakata, Luisa Daige Marques e Helder Cassio de Oliveira. O Núcleo é ligado à Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde do Governo Federal, que classifica os Nats de acordo com sua capacidade técnica e Mato Grosso é um dos Núcleos parceiro do Ministério da Saúde com qualificação para este tipo de pesquisa, por isso o Estado foi selecionado para realizar o estudo. No Brasil, existem outros Nats com diferentes perfis de trabalho, como voltados para realização de Protocolo Clinico e Diretriz Terapêutica e Parecer Técnico Científico.
O Alerta Nº 07 de 2022, do Monitoramento do Horizonte Tecnológico (MHT), foi publicado no dia 29.12.2022 neste link, no site do Governo Federal. A metodologia da pesquisa foi por meio de consulta aos resultadas da vacinação que está em andamento na China, visto que os resultados dos testes da imunização devem ser obrigatoriamente publicados. A equipe da SES consultou as bases de dados do sistema Americano Clinical Trials e da Organização Mundial da Saúde, entre outros sistemas do mundo. Além disso, os servidores também entraram em contato com o fabricante da vacina para tirar algumas dúvidas em relação ao imunizante.
Para os pesquisadores, por meio deste trabalho, Mato Grosso coopera com o SUS em âmbito nacional. “A pesquisa mostrou que a vacina tem potencial, ou seja, o país pode ficar atento ao imunizante caso os testes na China progridam”, explica os pesquisadores.
Os pesquisadores ainda ressaltam a importância desse tipo de trabalho para as políticas públicas do SUS, visto que inovações na área de saúde são desenvolvidas e lançadas com muita frequência. “E, a partir do MHT, os gestores contam com uma ferramenta de estudo, que permite identificar e priorizar tecnologias de saúde novas e emergentes, avaliar seu impacto na saúde, na economia, na sociedade e no sistema de saúde, possibilitando o planejamento e acompanhamento de políticas públicas”, entendem os servidores.
O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, parabeniza os servidores pela pesquisa e ressalta a importância do Nats para uma saúde de qualidade. “O avanço tecnológico é necessário no SUS e a SES tem acompanhado esses avanços por meio do Nats, que conta com servidores incansáveis na busca por serviços de qualidade”, diz o gestor.
Na China, a vacina é recomendada pela fabricante para imunização sequencial administrada como dose única de reforço, após a imunização básica contra a Covid-19. Por enquanto, seu uso está autorizado apenas pela National Medical Products Administration (NMPA), autoridade sanitária do país asiático.
Sobre a pesquisa
A pesquisa foi realizada entre setembro e dezembro de 2022. Foram utilizados para análise os estudos clínicos cadastrados nas bases de dados (finalizados e em andamento); pesquisas já publicadas; investigação do status regulatório em agências de todo o mundo e informações da própria tecnologia (vacina), entre outras ferramentas.
De acordo com o estudo dos servidores, a Ad5-nCoV-IH é a primeira vacina contra Covid-19 de administração por via inalatória oral. O objetivo é promover uma alta eficácia protetora e desencadear respostas imunes incrementais na mucosa, dificultando a entrada do vírus SARS-CoV-2.
Este tipo de pesquisa não está vinculada à compra, ou seja, não é sobre aquisição do produto. O trabalho do MHT é para acompanhar o que está surgindo de novo na área da saúde no mundo, de modo que o país fique atualizado quanto às tecnologias potenciais em saúde. Trata-se de identificar oportunidades e ameaças futuras, no sentido de aprimorar o princípio da eficiência nas decisões de adoção de tecnologias no sistema de saúde.
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Fonte: unicanews