As investigações que apuravam a conduta de uma falsa pediatra, acusada de negligência no atendimento, que resultou na morte de uma criança de 7 anos, no Hospital Municipal de Confresa, a 1160 km de cuiabá, foi concluída nesta terça-feira (30).
O caso aconteceu em maio de 2023. Na conclusão do inquérito policial, a médica foi indiciada pela Polícia Civil pelos crimes de homicídio culposo, exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica.
Entenda o caso
Em maio de 2023, uma criança de 7 anos que estava sob os cuidados da médica, morreu após cinco dias de internação.
Os familiares da vítima denunciaram à Polícia Civil que houve negligência durante o tratamento, relatando informações que despertaram suspeitas sobre a atuação da profissional como pediatra.
Durante as investigações do inquérito policial, foram encontrados fortes indícios de negligência e imperícia no atendimento à criança, sugerindo que esses elementos podem ter sido determinantes para a morte da vítima.
Além das questões relacionadas ao erro médico, constatou-se que a falsa pediatra estava envolvida em prática ilegal da medicina, uma vez que ela defendia repetidamente ser especialista em pediatria, informação que a investigação revelou ser falsa.
Conforme a Lei 3.268/57, um médico registrado no Conselho Regional de Medicina pode exercer a medicina em sua plenitude, mesmo sem especialização, no entanto, a divulgação de especialidade é permitida apenas aos médicos que possuem título de especialista registrado no Conselho.
Desta forma, a médica ultrapassou os limites legais da profissão.
As investigações revelaram ainda que a médica inseriu informações falsas em diversos documentos, afirmando possuir especialização em pediatria, o que configura o crime de falsidade ideológica.
Diante das condutas apuradas, a profissional da saúde foi indiciada pelos crimes de homicídio culposo, exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica.
O inquérito policial contra a falsa pediatra foi encaminhado ao judiciário para as devidas providências legais.
Para o delegado Victor Donizete de Oliveira Pereira, responsável pelo inquérito, as investigações revelam fatos graves que envolvem não apenas a irresponsabilidade médica, mas também fatal de ética profissional.
O Conselho Regional de Medicina também foi informado pela Polícia Civil para adoção das providências administrativas cabíveis.
O Primeira Página entrou em contato com o CRM porém até a publicação da reportagem não obteve retorno.
Fonte: primeirapagina