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Os desafios de melhorar o atendimento da saúde básica em meio à pandemia de Covid-19 – TANGARÁ DA SERRA

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A pandemia de Covid-19 afetou todos os setores da sociedade em maior ou menor intensidade, contudo, na área de saúde se fez sentir de maneira muito intensa. No ano de 2021 surgiu a variante Delta e o número de óbitos aumentou consideravelmente em todo o país. Em Tangará da Serra começou a ser contado às dezenas. No início do ano, quando chegaram as primeiras doses das vacinas já eram 300 óbitos no município e todo o sistema de saúde dirigia recursos financeiros e de pessoal para o enfrentamento da doença.

Em junho de 2021, no auge da pandemia, o número de leitos UTI para suporte dos pacientes de Covid-19 passou de 10 para 20. Desnecessário dizer que atendimentos de rotina e campanhas de vacinação ou qualquer outra atividade que causasse aglomeração de pessoas ou contato físico foi reduzida. Impossível avançar no atendimento da saúde básica num quadro como esse: “[…] estávamos cuidando de gente”, pontuou a Ex-secretária ao fazer uma avaliação do período em que esteve à frente da pasta.

Esse quadro define o tamanho dos desafios enfrentados pela Secretaria Municipal de Saúde nos dois primeiros anos da atual gestão. A fisioterapeuta Gicelly Maria Lorenzi Zanatta assumiu a pasta em 1º de janeiro de 2021 e deixou o cargo no início de dezembro de 2022, sendo substituída desde então pelo Ex-vereador Wellington Bezerra. Gicelly retornou ao departamento onde estava lotada no Centro de Saúde.

Em meio as máscaras e desinformação de toda ordem, dificuldade na obtenção dos imunizantes chegamos a metade de 2021 com mais de 70% da população acima de 18 anos vacinada, pandemia sob controle e alguns avanços na infraestrutura do sistema público municipal de saúde. O Posto Central foi reformado, a Vila Goiânia ganhou uma USF nova e as três vigilâncias (ambiental, epidemiológica e sanitária) foram reunidas num único prédio – de propriedade do poder público municipal–, no Jardim Europa, reformado e adaptado para isso.

O prédio que abriga o Hospital Municipal e a Unidade de Pronto Atendimento foi utilizado para atendimento à pandemia de Covid-19 e depois de inúmeros adiamentos, sempre tendo como causa a pandemia, começou a receber as obras necessárias e o suporte para efetivar o Centro Cirúrgico, operacionalizar o Tomógrafo computadorizado, o sistema de RX e ultrassonografia. A aquisição de rouparia hospitalar e ferramental, certames licitatórios para gerenciar os leitos de UTI que devem ser reativados agora para atender ocorrências de toda ordem hospitalar, também são ações que ocorreram ao longo do ano passado.

Gicelly Zanatta observou que a estruturação do quadro funcional da Secretaria Municipal de Saúde pode ser colocada na conta das ações destes dois anos. Foram chamados servidores aprovados no concurso público de 2018 e do teste seletivo. A frota de veículos de serviço e administrativos foi melhorada de forma exponencial. Foram adquiridas cinco ambulâncias, sendo três grandes e duas pequenas, com recursos provenientes de emendas parlamentares oferecidas pelo Deputado Estadual Paulo Araújo e pelo Deputado Federal Emanuelzinho. Os valores foram complementados pela Prefeitura Municipal. O mesmo ocorreu na compra de um micro-ônibus de 32 lugares que recebeu uma emenda do Deputado Estadual Nininho.

O município de Tangará da Serra adquiriu e doou para o Estado de Mato Grosso a área onde vem sendo construído o Hospital Regional. A obra orçada em mais de 100 milhões de reais deve ser entregue em dois anos e atenderá os casos de media e alta complexidade, que é de responsabilidade do Estado e da União. Já a demanda relativa à saúde básica (de responsabilidade do município) é atendida nas 22 Unidades de Saúde da Família – USF. O ideal seria ter em funcionamento 27, considerando uma população em torno de 110 mil habitantes. “Vai mudar muito”, observou Zanatta, pontuando que neste momento o município de Tangará da Serra opera um programa de cooperação técnica com o município de Arenápolis para realizar cirurgias gerais, ginecológicas e ortopédicas (R$ 300.000,00 por três meses para média de 45 cirurgias/mês).

2023: o que vem por ai?

O Centro Cirúrgico, os 10 leitos da Unidade de Tratamento Intensivo – UTI e a Central de Diagnóstico de Imagens, ao que tudo indica, estarão funcionando em abril deste ano. A expectativa otimista do Secretário Municipal de Saúde Wellington Bezerra se justifica por conta dos encaminhamentos que finalmente puderam ser ordenados. Com a pandemia sob controle, o prédio do Hospital Municipal ficou disponível para as obras de ajustes necessárias e, também houve uma definição sobre o formato de gestão do serviço. “Estamos licitando e contratando as especialidades. O Centro Cirúrgico vai funcionar”, garantiu o titular da pasta.

As mudanças no Hospital Municipal Arlete Deyse Cichetti de Brito serão mais intensas ao longo de 2023. O Secretário Municipal de Saúde informa que está em andamento o projeto de construir uma nova Unidade de Pronto Atendimento – UPA e também uma nova base do SAMU (nas imediações do hospital, no Jardim Europa), liberando todo o prédio para o hospital. Essa unidade de pronto atendimento está sendo projetada para atender a demanda com segurança nos próximos 15 anos, pelo menos. Inclusive, o Jardim Europa vai ganhar uma Unidade de Saúde da Família – USF. Nesta obra os recursos são oriundos de sobra de duodécimo da Câmara Municipal de Vereadores.

O município de Tangará da Serra está retornando ao Consórcio Intermunicipal de Saúde. Já teve seu retorno aprovado pelo colegiado de administração, tem aprovação legislativa e está, neste momento, estabelecendo plataformas de serviços e responsabilidades. Conforme o Secretário Bezerra, em termos de recursos financeiros o município deve aplicar cerca de 200 mil reais mensais. “O consórcio fortalece o atendimento ao cidadão. Vamos poder oferecer serviços dos médicos credenciados que até então não estavam disponíveis”, exemplifica.

A Secretaria Municipal de Saúde está adquirindo duas unidades móveis odontológicas para atendimento à zona rural do município e realização de ações preventivas junto à comunidade escolar. Bezerra informou que os mutirões de atendimento serão permanentes, como será também a renovação da frota de veículos (ambulâncias, ônibus e veículos do setor administrativo) da secretaria. O Centro de Especialidades, reformado recentemente, vai ganhar um novo mamógrafo e aparelho de Raio X, além de outros ajustes para atualização de equipamentos.

Sobre o Hospital Regional, o Secretário Municipal de Saúde disse que sua construção é a materialização da força do município. “Precisamos estar preparados, fazer os ajustes necessários no sistema de atendimento com o treinamento de pessoal e questões burocráticas para aproveitar o máximo. O sistema de saúde vai ganhar muito com o Hospital Regional”, pontuou Bezerra.

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