Conteúdo/ODOC – O Tribunal de Justiça decidiu manter a prisão preventiva do policial militar Cássio Teixeira Brito, acusado de matar dois homens em situação de rua e ferir outros dois em Rondonópolis, em dezembro do ano passado. O julgamento ocorreu nesta quarta-feira (31), e a decisão dos magistrados da Segunda Câmara Criminal, foi unânime, seguindo o voto do relator, Rui Ramos Ribeiro.
Os crimes ocorreram no dia 27 de dezembro, quando os policiais Cássio Teixeira Brito e Elder José da Silva, a bordo de uma Land Rover, abriram fogo contra um grupo de moradores de rua. As vítimas fatais foram Odinilson Landvoigt de Oliveira, de 41 anos, e Thiago Rodrigues Lopes, de 37 anos. William Pereira de Oliveira Filho, de 25 anos, e Oziel Ferle da Silva, de 35 anos, sobreviveram aos disparos.
A defesa de Brito argumentou que a decisão de mantê-lo preso não estava devidamente fundamentada. No entanto, o relator Rui Ramos destacou que a prisão preventiva se justifica pela gravidade do modus operandi utilizado pelos policiais, pela necessidade de preservar a integridade das vítimas e pela garantia da instrução penal. Há indícios de que Brito e seu colega tentaram destruir e ocultar provas após a repercussão do caso na imprensa, incluindo a destruição do celular de Brito e a falsificação de um boletim de ocorrência para relatar o extravio da arma usada no crime.
A Procuradoria-geral de Justiça defendeu a manutenção da prisão, alegando que os policiais cometeram um crime de ódio, disparando contra pessoas em situação de extrema vulnerabilidade, que estavam dormindo em via pública, desarmadas e desprotegidas. “Por motivos não esclarecidos, efetuaram diversos disparos de arma de fogo de uso restrito, contra moradores de rua, pelo simples prazer de matar”, afirmou a Procuradoria em seu parecer.
Diante da fundamentação apresentada e pela necessidade de garantir a ordem pública e a integridade das vítimas e das provas, os magistrados decidiram manter a prisão de Brito. É importante lembrar que Elder José da Silva, parceiro de Brito no crime, também teve seu recurso negado pelo Tribunal de Justiça e permanece preso.
Fonte: odocumento