Uma a cada quatro pessoas, com mais de 35 anos, podem sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral) até o fim deste ano, de acordo com uma previsão da OMS (Organização Mundial da Saúde). Popularmente conhecido como derrame, até 90% dos casos poderiam ser prevenidos através de cuidados com a hipertensão, tabagismo, dieta e atividade física.
Para entender mais sobre a doença, ouça o que disse o médico neurocirurgião Felipe Guardini à rádio Centro América FM, nessa quinta-feira (7) 🎧:
Alerta sobre AVC
Setores da saúde apontam que, em média, uma morte por AVC ocorre a cada cinco minutos no Brasil, ainda conforme a OMS. A doença é a segunda maior causadora de mortes no Brasil, sendo que 105.755 pessoas foram vítimas dela, somente em 2021, de acordo com o Ministério da Saúde.
Rápida e perigosa, a doença pode atingir desde os idosos até os mais jovens, fato que mostra a necessidade de conscientização da população sobre os sintomas e a importância de buscar ajuda médica desde o aparecimento dos primeiros sinais.
A estimativa da OMS mostra, ainda, que 12 milhões de pessoas no mundo podem ter um AVC este ano e que 6,5 milhões morram como resultado. Enquanto isso, outras mais de 110 milhões de pessoas devem viver com sequelas de um Acidente Vascular Cerebral.
Os perigos do AVC
O neurocirurgião Felipe Guardini, explicou que o AVC ocorre quando o fluxo de sangue é interrompido no cérebro, isso acontece pois os vasos que levam o sangue até o cérebro entopem, ou se rompem, paralisando a área que ficou sem circulação sanguínea.
Quem é vítima de um AVC pode ter sequelas como incapacidade ou perda de movimentos de uma parte do corpo, ou até mesmo ficar incapaz de viver sem o auxílio de uma segunda pessoa.
“Costumo pensar que a morte é um privilégio, mas ela não é para todos quando a gente fala de AVC. Imagine ficar acamado, sem conseguir se higienizar, precisando de alguém que cuide de você ou sem ter alguém que cuide”, explicou o neurocirurgião durante a participação na Centro América FM.
Mais de 60% dos casos acontece em pessoas com menos de 70 anos e 16% em pessoas com menos de 50, segundo a OMS. E apesar do grupo mais afetado pelo derrame ser o de pessoas idosas, os jovens não estão livres das estatísticas, sendo que o estilo de vida e o descuido com a saúde podem explicar esse fato.
O tempo é, também, um ponto chave nesses casos, pois quanto mais rápido uma vítima de AVC for socorrida, dando entrada em uma unidade de saúde, melhores e maiores são as chances de recuperação!
Além dos cuidados com a saúde, os cidadãos não devem deixar de ia ao médico. Hoje, existem exames e tecnologias que podem diagnosticar sintomas da doença de forma precoce, possibilitando o tratamento.
“O paciente chega no consultório e quer tomar o remédio, mas não quer mudar hábitos de vida… não quer pensar em interromper o tabagismo, não quer pensar em tomar remédios de pressão ou diabetes de forma correta”, disse o neurocirurgião.
Como identificar
Guardini contou, ainda, que as pessoas precisam estar atentas aos sintomas mais frequentes, que são os indicadores de que um derrame está acontecendo, por exemplo:
- dificuldades na fala ou compreensão;
- incapacidade de responder perguntas, entender ou repetir frases;
- perda de força ou formigamento no braço, perna, ou partes do rosto;
- alterações na visão, equilíbrio e coordenação motora;
- alterações de sensibilidade no corpo.
Método SAMU
Além da identificação parcial dos sintomas, uma outro método, conhecido como SAMU, abreviação para Sorrir, Abraçar, Música e Urgente, pode ser utilizado por uma pessoa em caso de suspeita da ocorrência de um derrame. Veja como funciona:
- Sorria: peça para a pessoa dar um sorriso, caso um dos lados da face entorte ou paralise, é provável que seja um AVC;
- Abrace: veja se a pessoa consegue levantar os dois braços, se um deles cair, pode ser outro sintoma;
- Música: incentive a pessoa a repetir uma frase de uma música preferida, se ela não conseguir pronunciar corretamente, pode ser mais uma indicação da doença;
- Urgente: caso tenha identificado alguns dos sintomas, busque ajuda de um profissional médico imediatamente.
“Estejam atentos às pessoas que estão ao seu redor”, finaliza o doutor.
Em casos de emergência, ligue para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) através do 192, para o Corpo de Bombeiros, no 193, ou leve a pessoa ao hospital mais próximo.
Fonte: primeirapagina