De acordo com um levantamento do , organização não governamental (ONG) que defende direitos de pessoas que foram detidas de forma arbitrária na , o país tem, atualmente, cerca de 1,8 mil presos políticos; destes, 60 são adolescentes.
A organização estima que, a partir de 2014, um ano depois de o ditador assumir o cargo de presidente, mais de 17,5 mil pessoas foram detidas por razões políticas.
Desde 29 de julho, quando o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Maduro como “vencedor” na eleição contra Edmundo González, candidato da oposição liderada por , mais de 1,6 mil pessoas foram presas em protestos, incluindo 142 jovens entre 14 e 17 anos.
A legislação venezuelana determina que adolescentes devem ser apresentados ao tribunal dentro de 24 horas depois da prisão. As duas audiências do processo precisam ser realizadas em até dez dias.
A última libertação em massa de adolescentes, confirmada pelo Foro Penal, aconteceu em 31 de agosto, quando 19 jovens foram soltos após suas audiências judiciais. Segundo a CNN, os 142 casos de adolescentes confirmados pelo Foro Penal podem não ser os únicos.
O Foro Penal organizou uma rede de advogados em vários Estados para investigar a detenção de menores, mas as autoridades penitenciárias não fornecem informações. Segundo a organização, as pessoas libertadas precisam seguir medidas cautelares, como comparecimento regular aos tribunais e proibição de participar de manifestações ou eventos públicos.
Venezuela atinge recorde de presos políticos deste século
Ainda de acordo com o Foro Penal, a Venezuela alcançou o maior número de presos políticos em quase 25 anos, batendo o recorde deste século.
Antes do pleito eleitoral, havia 199 presos políticos no país, segundo a ONG. Desde então, mais de 1,5 mil pessoas foram presas em apenas um mês.
A organização monitora diariamente as prisões na Venezuela e já contabiliza mais de 2,4 mil detenções desde a crise pós-eleitoral. Maior parte dos presos é formada por civis e homens.
O CNE venezuelano proclamou Maduro reeleito para um terceiro mandato de seis anos com 52% dos votos, contra 43% do adversário, Edmundo González Urrutia.
Contudo, o órgão atua sob o comando do regime chavista e não publicou as atas das urnas de votação, como exige a lei. Além dos presos, cerca de 27 pessoas foram mortas em protesto devido a repressão da ditadura.
Protesto pede a Lula que interceda por presos políticos
Um protesto organizado pelo partido de oposição Vente Venezuela ocorreu na quarta-feira, dia 11, em frente à Embaixada do Brasil em Caracas. Os manifestantes pediram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), aliado de Maduro, que intercedesse em favor dos presos políticos do país.
Durante o protesto, os familiares dos detidos levantaram cartazes com fotos dos presos e pediram o fim da tortura na Venezuela. Segundo o Vente Venezuela, o objetivo era “despertar a solidariedade” do governo brasileiro
Até o momento, nem Lula nem o Ministério das Relações exteriores se manifestaram sobre a mobilização.
Fonte: revistaoeste