Localizar o Titan, o submersível que desapareceu pouco menos de duas horas depois de iniciar uma viagem até os destroços do Titanic, não será o único desafio das equipes de resgate. Segundo um especialista, as autoridades enfrentarão uma missão altamente complexa a fim de recuperar o veículo e os sobreviventes.
Ray Scott “Chip” McCord, capitão aposentado da Marinha dos Estados Unidos, disse à CNN: “Existem poucos equipamentos no mundo que podem ir tão fundo”. Ray acumula mais de 30 anos de experiência em operações de salvamento. O capitão explicou que veículos sofisticados podem alcançar os destroços do Titanic a uma velocidade média de 300 metros por hora; no entanto, a quase 4 quilômetros abaixo do nível do mar, mergulhar e emergir pode levar um dia inteiro.
Condições desfavoráveis
Segundo o especialista, nessas profundidades as embarcações só podem vasculhar uma área limitada. “Quando você vai fundo, geralmente sobe e desce como um elevador. Quando você está indo para águas rasas, pode ir mais longe como um submarino nuclear”, disse McCord. Agora que as equipes de busca se limitaram a uma área menor, eles podem usar uma embarcação controlada remotamente que tem as dimensões de uma van de carga para localizar o submersível Titan.
Veículo operado remotamente
McCord continua explicando que o veículo operado remotamente (ROV) é preso a um navio na superfície por meio de um cabo de 2 polegadas de espessura, e que pode fornecer energia e comunicação aos operadores. O ROV pode ser movido para um porto no Canadá por meio de uma aeronave militar, carregado em um navio com o auxílio de um guindaste e depois transportado ao local de buscas.
Apesar de toda a sofisticação, como os motores elétricos e as câmeras, os ROVs militares dos eua não têm capacidade para suspender o submersível desaparecido, segundo McCord. A fim de resgatar de maneira eficiente o Titan do fundo do oceano, as equipes de buscas teriam de utilizar um veículo mais especializado, conhecido como Flyway Deep Ocean Salvage System (Fadoss). Ainda segundo McCord, os Fadoss têm amortecedores especializados para lidar com cargas de elevação de mais de 27 toneladas. Contudo, o capitão da Marinha dos EUA conclui que “nenhuma dessas coisas funciona até você encontrar o submersível”.
Fonte: revistaoeste