O presidente do Parlamento de Israel (Knesset, em hebraico), Amir Ohana, recebeu nesta quinta-feira, 23, em Jerusalém, uma delegação de dirigentes da comunidade judaica brasileira.
No encontro, ele falou sobre a insatisfação do governo israelense com a decisão de Espanha, Noruega e Irlanda de, na última quarta-feira, 22, anunciarem o reconhecimento do Estado da Palestina. Ele considera que o tema foi colocado em um momento inoportuno.
Para Ohana, as atrocidades cometidas pelo grupo terrorista em 7 de outubro não podem ser consideradas um “ato de resistência” e tampouco iniciar um debate político sobre a região. Na invasão, o Hamas assassinou cerca de 1,2 mil pessoas em Israel, violentou mulheres e fez mais de 230 reféns,
Ohana, que pertence ao partido conservador Likud, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, é parlamentar desde 2015. Foi ministro da Justiça e da Segurança Pública em duas das gestões de Netanyahu.
“O reconhecimento que alguns países europeus fizeram da Palestina, não ajuda em nada o futuro da região e acaba premiando o Hamas depois de 7 de outubro”, disse o presidente do Knesset.
Em seguida ao encontro, Ohana publicou no Twitter/X um agradecimento à solidariedade da comunidade brasileira.
Os dirigentes da e da Confederação Israelita do Brasil, entre outros, têm se desdobrado na função de interlocutores brasileiros junto a Israel, já que o atual governo brasileiro se indispôs com a nação judaica por causa da guerra em Gaza.
Em diversas ocasiões o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou a ofensiva israelense contra o Hamas. Em fevereiro, gerou um grande desconforto na comunidade judaica ao comparar as ações de Israel em Gaza às dos nazistas no Holocausto.
Lobby do grupo terrorista
O apoio de representantes do Ocidente ao Hamas, de acordo com artigo do The Jerusalem Post, ocorre em função de um lobby organizado há anos pelo grupo terrorista.
“O Hamas tem os seus apoiantes oficiais, está sediado em Doha, um aliado ocidental, e apoiado pela Turquia, um membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)”, lembra o jornal. “E ainda também tem parcerias com muitas Organizações não governamentais (ONGs).”
Segundo o artigo, assinado por Seth J. Frantzman, o Hamas tem membros em ONGs que trabalham em Gaza. E, segundo ele, costuma obter o silêncio de seus aliados por meio de ameaças ou outros meios.
“Isto significa que a maioria das ONGs, quer sejam aquelas que lidam com a saúde alimentar ou outras formas de ajuda, nunca mencionam o papel do Hamas em Gaza”, ressalta o texto.
“O Hamas infiltrou-se em hospitais e escolas e não é criticado pelas ONGs. Tudo isto faz parte de um lobby muito complexo que torna o Hamas muito forte e difícil de ser removido de Gaza.”
Fonte: revistaoeste