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Maior greve em décadas paralisa Alemanha por salários mais altos

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A Alemanha acordou quase paralisada nesta segunda-feira, 27, devido a uma greve de trabalhadores do setor de transportes por ários mais altos em meio a à crise inflacionária que atinge a maior economia da Europa. Com aeroportos, linhas de ônibus, estações de trem e metrôs inativos, acredita-se que esta seja a maior greve do país em décadas.

Coordenadas pelo sindicato Verdi e pelo sindicato ferroviário e de transportes EVG, as paralisações desta segunda-feira são apenas as mais recentes dos últimos meses. Por toda a Europa, trabalhadores de diversos setores se organizaram para criticar o aumento do custo de vida, principalmente por conta da escalada de preços de alimentos e energia.

As greves exigem aumentos salariais para atenuar os efeitos da inflação, que chegou a 9,3% em fevereiro. A Alemanha, que dependia da Rússia para obter gás natural antes da guerra na , teve dificuldades em obter novas fontes de energia, e agora tem taxas inflacionárias maiores que a média da zona do euro.

A persistente pressão da alta de preços levou os centrais a uma série de aumentos nas taxas de juros, embora políticos afirmem que é muito cedo para falar em uma espiral de preços e salários.

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Todos os aeroportos, incluindo dois dos maiores da Alemanha, em Munique e Frankfurt, suspenderam voos, enquanto os serviços ferroviários foram cancelados pela operadora Deutsche Bahn. Os trabalhadores saíram às ruas vestindo jaquetas amarelas ou vermelhas e tocando buzinas, sirenes e apitos.

A Associação de Aeroportos ADV estima que 380 mil passageiros aéreos foram afetados. Somente em Frankfurt, quase 1.200 voos para 160 mil passageiros foram cancelados, que tiveram que dormir em bancos nos terminais. Em Colônia, a ausência de trens urbanos provocou uma corrida aos táxis.

A Verdi está negociando em nome de cerca de 2,5 milhões de funcionários do setor público, incluindo transporte público e aeroportos, enquanto a EVG negocia por cerca de 230 mil funcionários da Deutsche Bahn e empresas de ônibus. Os chefes sindicais alegam que aumentos salariais consideráveis são uma “questão de sobrevivência” para milhares de trabalhadores.

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A Verdi pede um aumento salarial de 10,5%, o que significaria pelo menos 500 euros (R$ 2.800) a mais por mês, enquanto a EVG exige um aumento de 12%, ou pelo menos 650 euros (R$ 3.600) a mais por mês.

Aumentos salariais acentuados reduziriam o espaço de manobra fiscal do governo do chanceler Olaf Scholz, tornando as negociações já turbulentas sobre o orçamento federal mais difíceis em sua coalizão de três partidos.

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Além disso, empregadores alertam que salários mais altos para trabalhadores de transporte resultariam em aumento de tarifas e impostos para compensar a diferença.

O ministro das Finanças, Christian Lindner, do partido pró-empresarial FDP, está focado em reduzir o déficit do Estado após o aumento dos gastos durante a pandemia e a crise energética. Um porta-voz do governo disse nesta segunda-feira que a política deveria ficar fora das negociações salariais, enquanto a ministra do Interior, Nancy Faeser, expressou confiança de que uma solução será encontrada esta semana.

Fonte: Veja

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