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Lula, após repercussão negativa, agenda encontro com líder da extrema-direita italiana

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca nesta terça-feira, 20, na Itália, para uma maratona de compromissos no dia seguinte. Na agenda do mandatário brasileiro estavam encontros com o sociólogo Domenico De Masi, o papa Francisco, o arcebispo Edgar Peña Parra, o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri e o presidente italiano, Sergio Mattarella. A ultradireitista Giorgia Meloni, primeira-ministra do país, no entanto, tinha ficado de fora.

Até agora. Na tarde desta terça-feira, o Itamaraty publicou nota comunicando a decisão de última hora para incluir a premiê no périplo.

“Por ocasião da visita oficial à Itália e ao Vaticano, de 20 a 22 de junho corrente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reunirá com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, na tarde do dia 21. A reunião comporá agenda de compromissos confirmados com o presidente Sergio Mattarella e o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, além da audiência com o papa Francisco, no Vaticano”, informou o Ministério das Relações Exteriores.

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Quando o petista anunciou sua viagem via Twitter, ressaltou o desejo de reunir-se com o presidente do país, Mattarella, mas nada falou de Meloni.

“Há muitos anos não recebemos um presidente da Itália, e temos muitos italianos e descendentes aqui no Brasil. Precisamos reforçar as relações.”

O cargo de presidente italiano, contudo, tem caráter mais institucional do que político (embora esteja longe de ser decorativo).

A Itália é uma república parlamentarista desde 1946, e seu presidente tem a função de chefe de Estado, mas não de governo, papel que cabe ao presidente do Conselho dos Ministros, mais conhecido como primeiro-ministro. Quem ocupa a posição atualmente é Meloni, uma política com posições muito distantes das de Lula.

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Eleita no passado com uma coalizão ultranacionalista, ela lidera o partido de extrema direita Irmãos da Itália, que tem raízes no movimento neofascista italiano do pós-II Guerra. Suas inclinações políticas conversam com as do bolsonarismo, como a defesa ferrenha da “família tradicional”, ataques a direitos de minorias raciais e sociais e defesa de “valores cristãos”.

Driblar um encontro com ela poderia ser um risco para Lula, passando a mensagem de que diferenças ideológicas podem falar mais alto que o pragmatismo nas relações entre os paí. Para um governo que, em entrevista às Páginas Amarelas de VEJA, afirmou que vai relacionar-se com diferentes países indiscriminadamente, guiando-se apenas pelo timão dos interesses nacionais, a imagem não era bonita. E a guinada nos 45 do segundo tempo tampouco será esquecida.

Fonte: Veja

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