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IBA esclarece exclusão de boxeadoras de campeonato devido a critério de gênero

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A Internacional de Boxe (IBA), banida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) devido a corrupção e falta de transparência, não organiza mais o boxe nas Olimpíadas. Em Paris, a IBA realizou uma entrevista coletiva para explicar a desclassificação de Imane Khelif e Lin Yu-ting do Mundial do ano passado, relacionada a uma polêmica de gênero.

Segundo a IBA a desclassificação pela questão de gênero ocorreu porque as atletas tiveram níveis de testosterona nos exames de sangue, além de cariótipo XY, cromossomos presentes no DNA de um homem.

Imane e Yu-ting, no entanto, competem em Paris com autorização do COI, que adota regras distintas da IBA. O COI aprovou as atletas segundo critérios médicos estabelecidos para a competição, confirmando que ambas são mulheres desde o nascimento, não sendo casos de atletas transgênero.

IBA detalha exames para determinar gênero

A entrevista da IBA começou com o presidente russo, Umar Kremlev, criticando a de abertura dos Jogos em Paris e o presidente do COI, Thomas Bach. Integrantes da entidade detalharam os exames de gênero realizados nas atletas. As informações são do jornal Globo .

Ao abordar o tema principal, os dirigentes seguiram uma linha do tempo dos eventos descrita pelo Secretário-Geral e CEO da IBA, Chris Roberts. Ele mencionou que havia preocupações de boxeadoras, técnicos e médicos sobre Khelif e Yu-ting antes do Mundial de 2022.

Em 2022, foi realizado um “teste de gênero” com no Mundial de Istambul. Os resultados foram “inconsistentes”, segundo o CEO.

Já no ano passado, novos exames de sangue foram realizados e, de acordo com o dirigente, “os resultados mostraram os cromossomos, conforme nossas regras, tornando as duas inelegíveis”.

Quatro boxeadoras foram testadas no Mundial de 2022, segundo o médico Ioannis Filippatos. Duas delas, Khelif e Yu-ting, apresentaram resultados inconclusivos e foram as únicas testadas novamente em 2023.

Sigilo médico sobre exames

O Secretário-Geral e CEO afirmou que não podem mostrar os resultados dos exames por sigilo médico, mas sugeriu que os jornalistas “leiam nas entrelinhas”.

Uma jornalista presente pediu respostas diretas, questionando que informações tinham para afirmar que elas não eram mulheres. O médico Ioannis Filippatos respondeu: “Ela não é mulher”.

“Não podemos dizer tudo porque é sigilo médico”, explicou Ioannis. “Não posso dizer se ela nasceu mulher. Eu não estava no hospital quando ela nasceu. Eu tento dizer que o exame de sangue, nos laboratórios, diz que essa boxeadora é homem.”

Níveis de testosterona e desigualdade

O presidente da IBA, Umar Kremlev, discutiu os níveis de testosterona. Afirmou que os “resultados dos exames mostram que elas são homens”.

“Se pessoas têm dúvidas se nasceram assim ou mudaram algo depois na vida delas, vocês podem perguntar para elas”, declarou. “O teste mostra que o nível de testosterona nelas duas é muito alto. Seria uma situação desigual.”

Imane Khelif e Li Yu-ting competem nas Olimpíadas com autorização do COI, que reforçou que ambas estão de acordo com os critérios médicos da competição, confirmando que são mulheres e não se trata de atletas transgênero. O pai de Khelif chegou a mostrar a certidão de nascimento da filha à imprensa francesa nesta semana.

Regras distintas entre COI e IBA

O COI adota regras diferentes da IBA desde que baniu a entidade após investigações de corrupção, falta de transparência e suspeita de tráfico de drogas envolvendo um de seus dirigentes. A disputa nos Jogos em Paris é organizada pela Paris Boxing Unit.

Fonte: revistaoeste

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