Viva a ciência. Esta semana, um garoto surdo, escutou pela 1° vez depois de uma terapia genética experimental. A notícia boa foi dada pelo Hospital Infantil da Filadélfia, nos Estados Unidos.
O menino conseguiu ouvir a voz de seu pai e os carros na estrada. O som é um pouco abafado, como se ele estivesse usando protetores de ouvido de espuma, mas para quem nunca ouviu antes, é um grande passo.
A terapia usa um endoscópico minimamente invasivo colocado cirurgicamente no ouvido interno do paciente. “O que conseguimos é realmente emocionante porque é a primeira vez que a audição foi restaurada em uma criança – na verdade, em um ser humano – devido a um tipo hereditário de perda auditiva”, explicou John Germiller, médico do hospital norte-americano.
Depois de 11 anos
Aissam Dam, nascido no Marrocos, migrou cedo para a Espanha.
O garotinho nasceu surdo e se tornou a primeira pessoa a receber a terapia genética nos EUA.
No hospital, o sucesso do caso foi muito comemorado.
O médico explicou como o procedimento acontece:
“A ideia aqui é substituir um gene defeituoso com o qual a criança nasce, restaurar esse gene no ouvido interno, literalmente injetando-o no ouvido interno”, revelou.
“Restaurar a audição”
O procedimento é cirúrgico, mas não é invasivo e apresenta risco baixo.
“É um procedimento cirúrgico para fazer isso, mas é emocionante porque se conseguirmos recuperar o gene e fazê-lo funcionar, ele deverá restaurar a audição”, explicou o médico.
Todas as crianças do experimento tem uma condição que é responsável por 2% a 8% de surdez hereditária.
A causa é uma mutação em um gene responsável por uma proteína do ouvido interno chamada otoferlin, que ajuda as células ciliadas a transmitir o som ao cérebro.
Com a terapia, os médicos entregam uma “cópia” funcional desse gene ao ouvido interno do paciente, fazendo a reversão da surdez.
5 crianças recuperaram audição
Apesar de ser o primeiro nos Estados Unidos, Aissam não é o primeiro no mundo.
Um estudo publicado recentemente, no the lancet, mostrou que os chineses recuperaram a audição em cinco, das seis crianças tratadas com a terapia no país.
Segundo Zheng-Yi Chen, do Mass Eye and Ear de Boston, os resultados são impressionantes.
“Nenhum tratamento conseguia reverter a perda auditiva… É por isso que estamos sempre tentando desenvolver uma terapia. Não poderíamos estar mais felizes e entusiasmados com os resultados”, explicou.
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Próximos passos
Até agora, as terapias experimentais são aplicadas em crianças com uma condição rara, mas os cientistas querem expandir ainda mais.
Apesar de todas as melhorias sem grandes efeitos colaterais, Zheng disse que ainda restam dúvidas.
Os pesquisadores ainda não sabem quanto tempo as terapias duram e se a melhora da audição é contínua.
Mas mesmo assim, Zheng disse que os trabalhos estão avançando.
“Esta é uma prova real de que a terapia genética está funcionando. Isso abre todo um novo campo”, concluiu.
Com informações de CBSNews.
Fonte: sonoticiaboa