A onda de no Haiti — causada pelo aumento dos crimes cometidos por gangues — já vitimou mais de 1,5 mil pessoas desde o início de 2024. Os casos envolvem mortes causadas por linchamento, apedrejamento e queimaduras. Dados foram divulgados em um relatório divulgado nesta quinta-feira, 28, pelo escritório de direitos humanos da .
O documento diz que “fatores estruturais e conjunturais levaram o Haiti a uma situação catastrófica, caracterizada por uma profunda instabilidade política e instituições extremamente frágeis”.
O país já lutava contra uma crise política e de segurança pública, porém, a situação tem piorado nos últimos tempos. No início do mês, gangues uniram forças para atacar locais estratégicos da capital Porto Príncipe, alegando que o movimento tinha a renúncia do primeiro-ministro Ariel Henry como objetivo.
Desde então, delegacias de polícia, o banco central, o porto e o aeroporto internacional foram atacados por criminosos. .
O relatório registra um total de 4.451 mortes no ano passado e 1.554 até 22 de março deste ano. Algumas pessoas foram mortas em casa como retaliação ao suposto apoio à polícia ou a gangues rivais. Outras foram mortas em tiroteios na rua, conforme indicado pela ONU. Entre as vítimas, havia um bebê de apenas três meses.
Ainda segundo o documento, apesar do embargo, as gangues se abastecem de armas e munições através de fronteiras porosas, o que lhes confere uma capacidade ofensiva até maior que a da polícia haitiana.
O alto comissário reforça a urgência de uma missão multinacional para apoiar a segurança, visando acabar com a violência e restaurar a ordem legal.
As gangues ainda recorrem à violência sexual para controlar a população, muitas vezes sem punição. Elas também recrutam e abusam de crianças, algumas das quais são mortas ao tentar sair do crime organizado. Meninos são usados como vigias para ajudar em sequestros e roubos, enquanto meninas são forçadas a realizar trabalhos domésticos.
Além do aumento da violência das gangues e da incapacidade policial de combatê-la, surgiram “brigadas de vigilantes” que fazem justiça por conta própria.
O relatório registra pelo menos 528 casos de linchamento em 2023 e mais 59 em 2024. Alguns desses assassinatos foram espontâneos, enquanto outros foram incentivados ou facilitados por policiais e membros de gangues, incluindo a coalizão conhecida como G9 e seus aliados.
Fonte: revistaoeste