O ex-presidente da Argentina Alberto Fernández foi acusado nesta quinta-feira, 29, pelo do país de desvio de dinheiro, prevaricação, abuso de autoridade e apropriação indevida de fundos públicos.
De acordo com a imprensa argentina, a denúncia investiga supostas irregularidades na contratação de um facilitador (broker) e empresas privadas para intermediar a gestão de seguros em dependências oficiais durante seu governo.
Os contratos foram firmados com a empresa Nación Seguros, do Banco de la Nación Argentina, uma instituição financeira do Estado.
De acordo com o promotor do caso, Ramiro González, o “mesmo esquema foi replicado no Ministério da Segurança da Nação, em que os convênios permitiram a intervenção de um intermediário”
Amigos e marido da secretária envolvidos no caso
Além de Fernández, também são alvo da ação o corretor de seguros Héctor Martínez Sosa e o ex-diretor da Nación Seguros Alberto Pagliano. Eles são investigados como beneficiários ou intermediários das contratações e são amigos do ex-presidente.
Sosa e Pagliano, que, segundo a denúncia é amigo de Fernández desde a juventude, teriam recebido importantes somas de dinheiro a partir dos negócios com o governo.
Decreto obrigou convênios
Em dezembro de 2021, o governo peronista baixou um decreto que obriga entidades públicas a contratarem os convênios da empresa dirigida por Pagliano.
A denúncia para investigar as irregularidades do ex-presidente em torno do decreto assinado por Fernández foi apresentada na quarta-feira 28 pela advogada Silvina Martínez.
“Através dessa normativa, impôs-se a obrigação ao Setor público estatal de contratar serviços de seguro exclusivamente com a empresa pública Nación Seguros AS”, explicou a denunciante.
Martínez disse que a trama das contratações foi revelada por meio de uma publicação do jornal Clarín com o título “Descoberta outra caixa-preta da política na Administração Nacional da Segurança Social”(em tradução livre para o português).
Fernández nega o crime
Nesta quinta-feira, em entrevista à rádio argentina La Red, Fernández negou ter cometido qualquer crime.
“Faço da honestidade um culto”, disse. “Sou um homem público. Quero explicar o que aconteceu para as pessoas. Não roubei nada, não participei de nenhum negócio nem autorizei nenhum negócio. E isso não é um acordo. Eles estão afetando muitas pessoas boas.”
Fonte: revistaoeste