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Entidade judaica lamenta decisão de retirar embaixador brasileiro de Israel

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A retirada do embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, nesta terça-feira, 29, foi lamentada pela Confederação Israelita do Brasil (Conib). A entidade citou o momento de dificuldades pelas quais Israel passa, depois do ataque terrorista do Hamas, que deixou cerca de 1,2 mil mortos e 235 reféns.

“A Conib lamenta a retirada do embaixador brasileiro em Israel em momento tão importante e o impacto dessa medida nas relações bilaterais”, declarou a instituição, em nota.

Meyer foi transferido para o cargo de representante do Brasil na Conferência do Desarmamento, em Genebra, órgão da Organização das Nações Unidas (ONU).

O cargo, por enquanto, ficou vago, o que representa um esfriamento, mas não um rompimento, nas relações diplomáticas.

No site do Ministério das Relações Exteriores brasileiro, os serviços consulares da embaixada em Tel-Aviv estão suspensos até o fim de junho, mas em função, segundo o órgão, de mudança de endereço.

“A Embaixada do Brasil mudará de endereço”, diz comunicado do ministério. “O novo endereço da Embaixada será: Derech Menachem n°23, 28° andar, Tel-Aviv. Ficarão suspensos os atendimentos consulares presenciais entre 25 de maio e 30 de junho de 2024, em decorrência da mudança da Embaixada do Brasil em Tel- Aviv.”

Também foi citada pela Conib a relação histórica de amizade entre os dois países, arranhada neste momento pelas pesadas críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou a comparar, em fevereiro, as ações de Israel em Gaza às dos nazistas contra os judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

“Os dois países têm uma rica história de cooperação e afeto, iniciada desde a aprovação da partilha da Palestina pela ONU, em 1947, em votação na Assembleia-Geral da organização conduzida pelo brasileiro Oswaldo Aranha.”

“Desde então, as relações prosperaram, e os laços entre os países se fortaleceram em benefício mútuo de seus povos.”

Importância estratégica

Nos últimos anos, as relações comerciais entre os dois países se mantiveram em alta, principalmente no setor de tecnologia, em que Israel está inserido entre os líderes mundiais.

Em 2023, segundo O Globo, o Brasil exportou US$ 662 milhões para Israel, principalmente petróleo, soja e carne bovina. Israel comercializa com o Brasil equipamentos militares e de alta tecnologia, além de adubos, fertilizantes, aeronaves e produtos químicos.

As empresas brasileiras compraram US$ 1,3 bilhão de Israel, dentro de um déficit comercial de US$ 690 milhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

A ligação tem se tornado cada vez mais estratégica., subsidiária da israelense Elbit Systems, possui, por exemplo, 25% de participação na Embraer, desde 2011.

A AEL é responsável pelo dispositivo do caça Gripen da Força Aérea Brasileira e pela suíte eletrônica do cargueiro Embraer KC-390, que incluem computadores de missão e sistemas de autoproteção e contramedidas. Já a Elbit é uma referência como fabricante de produtos de defesa de Israel.

“A medida unilateral do governo brasileiro nos afasta da tradição diplomática brasileira de equilíbrio e busca de diálogo e impede que o Brasil exerça seu almejado papel de mediador e protagonista no Oriente Médio”, completa a Conib.

Fonte: revistaoeste

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