A Nicarágua vai retirar o seu embaixador na capital argentina, Buenos Aires. A saída se deveria às “reiteradas declarações” de Javier Milei contra Daniel Ortega, atual ditador da Nicarágua.
“Diante das reiteradas declarações e expressões dos novos governantes”, diz o ministro das Relações Exteriores nicaraguense, Denis Moncada, “o governo procedeu à retirada de seu embaixador, companheiro escritor e comunicador Carlos Midence”. O anúncio foi divulgado pela imprensa oficial do regime.
“A retirada entra em vigor imediatamente.” Ou seja, antes que o novo presidente argentino tome posse, no próximo domingo, 10.
Lista de ‘desconvidados’
A equipe de Milei teria excluído Ortega e outros líderes de regimes autoritários, como Cuba, Venezuela e Irã, da lista de convidados para a cerimônia de posse. Além disso, o presidente eleito afirmou que não manterá “relações com os comunistas, nem com Cuba, nem com a Venezuela, nem com a Coreia do Norte, nem com a Nicarágua, nem com a China”.
A vice-presidente, primeira-dama e porta-voz do governo, Rosario Murillo, também se pronunciou. “Nosso embaixador retorna com a cabeça erguida”, disse.
Relação com atual presidente já não era das melhores
Ortega voltou ao poder na Nicarágua em 2007, e de lá não saiu mais. Tinha boas relações com o então presidente argentino Néstor Kirchner e, em seguida, com a sua mulher, Cristina Kirchner, que governou o país de 2007 a 2015.
Já as relações com o presidente atual, Alberto Fernández, azedaram. Isso apesar de ele ser sucessor ideológico dos Kirchner.
Críticas vindas da Argentina, em 2021, à prisão de candidatos de oposição a Ortega, foram um dos motivos. Logo depois, a Nicarágua rejeitou que o país presidisse a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), sob a alegação de que a Argentina havia interferido em seus “assuntos internos”.
Fonte: revistaoeste