Mais do que um time de futebol. Uma família com 12 filhos tem direito a três no banquinho dos reservas, se for pensar em escalação. Mas o casal que comemora 35 anos de matrimônio, celebra também a realização do desejo comum: ter uma grande família. A rotina é desafiadora e as despesas são pagas com muita organização.
Os argentinos Juan Pan Peralta, de 63 anos, e Florencia Méndez Tronge, de 56, adoram exibir a foto de família com todos os filhos reunidos: Florencia (34), Juan (33), Fátima (32), Manuel (30), Nicolás (28), Felicitas (26), Margarita (25), Miguel (22), Jacinta (18), Rafael (17), Amparo (15) e Tobias (13).
A mãe teve todos de parto normal em Buenos Aires, na Argentina. Para garantir a ordem e o sustento, Juan mudou de vida: “Todos valem a pena. Mudei de profissão por ela e até mudei de área”, contou.
A grande família
Engenheiro agrônomo com mestrado em Administração de Empresas (MBA), Juan se encantou ainda jovem pela professora de Educação Especial que é responsável por ONG que atende mães em situação de vulnerabilidade, Florencia. Eles descobriram muitas afinidades.
Juan conta que tinha apenas um irmão e sonhava com uma família grande, desejo compartilhado com a mulher.
Determinados a realizar o sonho comum, aos poucos, a família foi crescendo. Mas o argentino se viu em apuros em alguns momentos.
Foi preciso, por exemplo, acumular três empregos: no registro automotivo de segunda a sexta, também administrava uma fazenda e dois fins de semana, controlava o plantio.
“Eu não tinha dinheiro suficiente e meus pais me ensinaram que o homem tem que trazer o pão para casa para levar a família adiante. Minha esposa tem uma capacidade logística incrível de organizar e conseguir preços de atacado”, disse.
A organização
Juan e Florencia afirmam que o segredo está na organização e na montagem do orçamento.
“Faço listas à noite e monto um orçamento”, descreveu Florencia. Vou constantemente a atacadistas para pesquisar e comparar preços. Juan é o responsável pelas contas bancárias”, disse a matriarca.
Todos em casa têm tarefas que são bem divididas: dois põem a mesa, dois cozinham e dois lavam e, assim por diante.
“Procuramos garantir que os meninos tenham algumas tarefas domésticas. Aos homens, por exemplo, cabem as tarefas mais pesadas: tirar o lixo, limpar o fundo da piscina, jogar fora o cloro ou cortar a grama. as mulheres se encarregam de tirar o cesto de roupa suja e outros afazeres”, descreveu Juan.
Até a ordem da casa tem uma rotina fixa.
“Começo a limpar a casa de cima a baixo muito cedo. Estou sempre fazendo alguma coisa ao mesmo tempo”, disse a mãe. Procuro pensar: ‘Vou dar conta de tudo’.”
Pouco dinheiro
Juan e Florencia admitem que o dinheiro é escasso e destinado às prioridades .
“As roupas são cuidadas para evitar gastos. Muitas das compras são feitas em atacadistas ou em fábricas. Pedimos às crianças que cuidem das coisas porque tudo custa e prestem atenção em pequenos detalhes como desligar a luz quando não está sendo usada”, afirmou.
Florencia costura, recicla e tricota alguns tops para o verão.
“Meus filhos vestiam as roupas dos meus irmãos e hoje minhas netas têm os vestidos que minhas filhas usavam. Eles compram roupas de marca com o trabalho quando ficam mais velhos”, disse a matriarca.
Juan é bastante objetivo sobre os gastos e despesas.
“Gasta-se com o que é justo e necessário. Se as despesas se justificam, como comprar roupa para o menino que começa a trabalhar, faz-se o esforço. Assim se estica o dinheiro.”
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Rotina: estudos, refeições e cotidiano
Nas escolas, os pais buscavam descontos diante do número de crianças e adolescentes matriculados, o que dava certo.
Atualmente, Juan ainda não pode se aposentar porque tem despesas com as faculdades dos menores Amparo, de 15 anos, e Tobias, de 13 anos, além dos estudos de Jacinta, de 18, e Rafael, de 17.
Florencia e Juan se divertem contando as perguntas que lhes fazem. “São todos da mesma mãe?”, “Como são as refeições?” e “Como se mexem?”.
“As pessoas acreditam que os últimos são educados pelos mais velhos e não é assim. É verdade que eles os ajudam a ir e voltar de suas atividades ou deveres de casa quando podem. Mas ainda somos os pais que os educam e os levam ao médico”, disse Juan.
A família mora numa casa antiga. Na parte superior, há três quartos. Em baixo tem o quarto do casal e mais dois. Agora alguns filhos casaram, outros foram morar fora.
Segundo o casal, a experiência ensina a ser pai e mãe.
“Quando os meninos ficam mais velhos, você fica surpreso ao ver que os irmãos são tão diferentes um do outro. Os primeiros não tinham celular, mas com os últimos é preciso discutir para definir uma idade mínima e um tempo limitado de uso. Eles a herdam de seus irmãos. Outro desafio é ousar dizer não e impor limites”.
Com informações do El Clarín
Fonte: sonoticiaboa