Pesquisadores da , nos Estados Unidos, identificaram fungos que estão evoluindo para sobreviver ao calor corporal humano. Em artigo publicado neste mês, na revista Nature Microbiology, os cientistas afirmam que “o perigo e a importância das bactérias têm sido seriamente subestimados”.
De 2009 a 2019, os pesquisadores analisaram registros de 98 hospitais na China. Depois da conclusão do estudo, descobriram os fungos identificados como R. Fluvialis e R. Nylandi — principais causadores de doenças em humanos. Eles são capazes de tolerar a temperatura corporal de 37ºC. Conforme os pesquisadores, isso é incomum para a maioria das outras espécies.
“Esse estudo mostra que o mesmo mecanismo pode acontecer em outros organismos que não causam doenças”, explica Jatin Vyas, da Faculdade de Medicina de Harvard, ao jornal alemão Deutsche Welle.
Controvérsias no estudo
Toni Gabaldón, do Instituto de Pesquisa em Biomedicina de Barcelona, na Espanha, afirmou ao Deutsche Welle que “a tolerância ao calor é algo conhecido”. No entanto, ressalta que “faltam provas diretas para comprovar essas observações”. Ele ainda destaca que é necessário que haja mais pesquisas para chegar a uma conclusão sobre o tema.
Além da China, pesquisadores encontraram fungos resistentes a medicamentos na Espanha, Portugal e Canadá. Isso, de acordo com ele, representa riscos à saúde da população.
Toni Gabaldón afirma que essa resistência aos medicamentos é um problema grave e que provavelmente aumentará. Ele também disse que mais estudos são essenciais para entender essa evolução.
Cientista destaca que a evolução dos fungos não tem relação com o “aquecimento global”
Alguns pesquisadores atribuem essa evolução ao suposto “aquecimento global”. Jatin Vyas, contudo, não está convencido disso. Ele destacou que isso é insignificante, pois a temperatura na Bacia Amazônica — local rico em fungos — aumentou apenas 1ºC na última década.
Fonte: revistaoeste