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China, Rússia e Venezuela: geopolítica estratégica em foco, indica especialista

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O ditador Nicolás Maduro ainda não provou a inexistência de fraude nas eleições do último dia 28 na Venezuela. A certeza da oposição, de vários países e de organismos internacionais de que houve irregularidades fez dele um homem pressionado. Inclusive por grande parte da população de seu país. Mas não pelas estruturas de poder internas e externas.

Maduro está acuado. No entanto, não está só em sua empreitada para se manter no poder. O que para ele, em sua retórica populista, significa a ção do país em relação a interesses de um capitalismo destruidor.

As eleições na Venezuela ocorreram no dia 28 de julho. No final daquele dia, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), ligado a Maduro, o declarou reeleito para um terceiro mandato.

A oposição, porém, alega que Edmundo González, da Plataforma Unitária, foi o mais votado. O CNE não apresentou os detalhados por mesa de votação, além de suspender três auditorias que estavam previstas para depois de 28 de julho.

Nesta quarta-feira, 21, os opositores não reconheceram a competência da Sala Eleitoral do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) para resolver o impasse.

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Para a professora Regiane Nitsch Bressan, da Universidade Federal de São Paulo, doutora em Relações Internacionais, a situação venezuelana é um reflexo claro das rivalidades geopolíticas entre os Estados Unidos (EUA), China e Rússia.

“Os EUA têm tradicionalmente exercido pressão sobre o governo de Nicolás Maduro, buscando a transição política e o restabelecimento da democracia no país, em grande parte para conter a influência chinesa e na região”, afirma ela a .

“China e Rússia, porém, veem a Venezuela como uma peça estratégica em seu tabuleiro geopolítico, fornecendo apoio econômico e militar a Maduro para garantir acesso a recursos naturais e consolidar suas influências na , desafiando a hegemonia norte-americana.”

Maduro, com isso, se apoia neste xadrez geopolítico. Até o momento, ele está seguro em relação ao suporte das duas potências. Outro suporte, o das Forças Armadas do país, ressalta a professora, se mantém estável.

“Maduro continua apostando em uma combinação de lealdades militares, controle sobre as instituições estatais e a fragmentação da oposição para se manter no poder.”

Submissão à China e à Rússia

Mas o discurso inflamado do ditador, que brada em favor da soberania venezuelana, esbarra em uma realidade que o coloca de uma maneira submissa diante da China e da Rússia.

“Ele também conta com o apoio econômico e diplomático de aliados internacionais como China, Rússia e Irã.”

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O presidente venezuelano, neste cenário, busca dar uma imagem democrática ao seu governo, para enfraquecer o argumento de seus críticos.

“A recente estratégia de liberar alguns líderes opositores e realizar concessões pontuais visa a legitimar seu governo sem ceder o controle efetivo do país, utilizando o discurso de soberania nacional para resistir às pressões internacionais e internas.”

Já a e a Organização dos Estados Americanos (OEA), diz a professora, enfrentam limitações para forçar a saída de Maduro, devido ao conceito de soberania nacional e à ausência de consenso entre os membros.

“A ONU pode intensificar pressões diplomáticas, sanções direcionadas e missões de monitoramento, mas esbarra na oposição de países com assento no Conselho de Segurança, como China e Rússia”, ressalta a professora Regiane.

“A OEA, por sua vez, tem promovido resoluções condenando o regime, mas sua eficácia é limitada pela falta de unanimidade e pela influência diminuída na América Latina. A ação coordenada de ambos os organismos poderia enfraquecer Maduro, mas não garantiria sua saída imediata.”

Fonte: revistaoeste

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