O continente africano pode rachar em dois com a formação de um novo oceano em cerca de 5 a 10 milhões de anos. No entanto, o fato pode acontecer antes do previsto, de acordo com novas descobertas científicas.
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De acordo com a geocientista e pesquisadora da Universidade de Tulane, nos Estados Unidos, Cynthia Ebinger, o fenômeno pode se adiantar em até dez vezes. “Cortamos o tempo para algo como 1 milhão de anos, talvez até metade disso”, disse à BBC Brasil.
O estudo realizado por Cynthia revelou que a ação de três placas tectônicas pode permitir a extensão do Mar Vermelho até o meio do continente. As placas Somaliana, Africana e Arábica estão pressionando uma placa menor, a Victoriana.
Com a expansão de uma fenda nesse encontro de placas, parte da Somaliana pode se desprender em direção ao Oceano Índico, abrindo o caminho para a entrada de água do Mar Vermelho e do Golfo de Aden. O novo oceano vai invadir o deserto da Etiópia, na região de Adar.
De acordo com a geocientista, atualmente há um pequeno vulcão no subsolo da região da Etiópia que impede a passagem de um largo corpo de água salgada. Ela também explicou que, embora divida o continente ao meio, não será exatamente um novo oceano.
“Na verdade, não vai se tratar exatamente de um novo oceano, apesar de comumente chamarmos assim”, esclarece Cynthia. “Visualize como uma expansão do Mar Vermelho.”
Terremoto é a principal evidência
Em setembro de 2005, cerca de 420 terremotos abalaram o solo de uma área de deserto na Etiópia. Depois do fenômeno, uma fenda de 60 km de extensão na região de Afar se abriu.
Novos eventos como esse podem adiantar a abertura do local para a entrada de água. Por isso, os cientistas reduziram a previsão inicial, que podia chegar a 10 milhões de anos, para 1 milhão de anos.
“Eventos intensos podem acelerar o processo de abertura da fenda e da passagem de água salgada”, explica a geocientista. “Mas também pode ocorrer um grande terremoto que acelere ainda mais. O problema é que a ciência atual não consegue prever com precisão eventos como erupções vulcânicas e terremotos.”
Fonte: revistaoeste