Autoridades da região de Belgorod, perto da fronteira da Rússia com a Ucrânia, afirmaram que que “um grupo de sabotagem e reconhecimento” do exército ucraniano entrou no território russo nesta segunda-feira, 22. Kiev confirmou o ataque, mas informou que o grupo era composto por cidadãos russos pró-Kiev.
Vyacheslav Gladkov, governador de Belgorod, disse que o grupo concentrou as ações no distrito de Graivoronsky. Segundo ele, a região teria sido bombardeada por forças ucranianas, mas não houve feridos. As aldeias de Antonovka, Kozinka e Gora-Podol também foram atingidas por projéteis ou detritos, declarou a autoridade.
“As forças armadas da Federação Russa, juntamente com o serviço de fronteira, a Guarda Nacional e o FSB [serviço de segurança da Rússia], estão tomando as medidas necessárias para eliminar o inimigo”, disse Gladkov.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que as forças russas estão lutando para expulsar o “grupo de sabotagem e reconhecimento” que entrou na região de Belgorod.
Andriy Yusov, representante da agência de inteligência de defesa da Ucrânia confirmou, em comunicado, que um grupo cruzou a fronteira e atacou a cidade de Grayvoron. No entanto, ressaltou que eram “entidades independentes”.
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“Podemos confirmar que esta operação foi realizada por cidadãos russos. Essas ações são as consequências dos intensos ataques transfronteiriços russos, que levaram a vítimas e destruição”, disse ele.
Grupos conhecidos como “Legião da Liberdade da Rússia” e “Corpo de Voluntários Russos” reivindicaram o ataque à região de Belgorod. Em postagem no aplicativo de mensagens Telegram, eles disseram que “liberaram totalmente” o assentamento de Kozinka na mesma área.
Aleksey Baranovsky, representante do Centro Político da Oposição Armada Russa, com sede em Kiev, braço político da Legião da Liberdade da Rússia, disse que a operação começou na noite passada e que os combates estavam “em andamento”. Sem especificar o número de combatentes que cruzaram a fronteira, Baranovsky alegou que o grupo quer “libertar nossa pátria da tirania de [Vladimir] Putin”.
Mykhailo Podolyak, assessor da Presidência ucraniana, disse no Twitter que a Ucrânia “não tem nada a ver com isso”.
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“A Ucrânia está observando os eventos na região de Belgorod da Rússia com interesse e estudando a situação, mas não tem nada a ver com isso”, escreveu Podolyak. “Os grupos guerrilheiros clandestinos são compostos por cidadãos russos.”
Nas últimas semanas, de acordo com autoridades russas, os incidentes em Belgorod se intensificaram. No início deste mês, o governador da região afirmou que dois drones militares caíram sobre uma área residencial. Ele acrescentou que não houve vítimas, mas dois prédios residenciais e um carro foram danificados.
Fonte: Veja