As memórias dos amantes do cinema em Cuiabá incluem a história da boemia da capital. A leveza de se sentar no chão, a irreverência de personagens ilustres e a alegria do sotaque cuiabano foram o enredo perfeito para a criação e a popularização daquilo que os antigos dizem orgulhosamente que é a “cuiabania” em sua essência.
O documentário Memórias de Aníbal Alencastro conta mais que a história do pioneirismo de um dos mais reconhecidos projecionistas de cinema de rua de Mato Grosso, rememora sobretudo, o legado dos cuiabanos de outrora que vivenciaram o começo do cinema nas ruas históricas da cidade.
Para o diretor do documentário, Diego Baraldi, contar a história dele é uma tentativa de mobilizar pessoas de diferentes gerações a compartilhar relatos sobre vivências associadas às salas de cinema de rua de Mato Grosso.
Da vida à arte
O Primeira Página conversou com o cineasta, que também é professor do curso de cinema na UFMT, que nos contou sobre como surgiu a ideia de fazer o documentário sobre a memória de um dos símbolos culturais do Estado.
“Conheço Seu Aníbal Alencastro desde a virada dos anos 2000. Na universidade me aproximei da organização do Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá, que ampliou minha consciência sobre a presença do cinema e do audiovisual em Mato Grosso. Seu Aníbal nessa época já havia publicado o livro “Anos Dourados dos Nossos Cinemas”, com relatos memorialísticos sobre as antigas salas de cinema do Estado”, conta Baraldi.
Foi a partir de um edital de fomento a cultura nacional que o professor viu a oportunidade de desenvolver um projeto sobre as memórias de seu Aníbal. Além disso, o material é uma forma de contar a história de quem foi fundamental para as atividades fílmicas em várias cidades.
“Seu Aníbal ajudou a instalar salas de projeção 35mm em cidades do interior como Rondonópolis, Guiratinga, Poxoréu e Poconé. Além desse trabalho com a projeção em película tornou-se um colecionador de objetos e dispositivos cinematográficos.”
Documentário disponível para o mundo
As memórias do cineasta permanecem acessíveis para o público em diversas plataformas. No Instagram, nesse link há relatos de personagens que participam do documentário e contam suas vivências em formatos diversos.
No Youtube está disponível nesse link o documentário completo, livre para todos os públicos e pessoas.
Fonte: primeirapagina