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Desvendando a Umbanda em Mato Grosso do Sul: desmistificando e promovendo a compreensão

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Celebrado em 15 de novembro, junto à Proclamação da República, o Dia da Umbanda provoca reflexão. Por trás de vários estigmas e preconceitos, a religião se mostra, na verdade, como um local de amor, acolhimento e troca de saberes na capital sul-mato-grossense.

É assim, pelo menos, que descreve Inocêncio Xisto de Queiroz Junior, 37 anos, zelador da Tenda Espiritualista Filhos de Maria. Nascido em berço umbandista, a religião e a fé, para ele, que gosta de ser chamado de Xisto Jr., já se tornaram um legado de família. 

Parte da 3ª geração de sacerdotes da Umbanda, Xisto explica que na casa o que é praticado é o desenvolvimento humano. “Nós visamos preparar médiuns para a sociedade. Trabalhamos com nosso grupo de adeptos uma consciência espiritual a ser aplicada na vida”, esclarece.

Longe de ser um antagonista de outras religiões, o sacerdote explica que a religião, na verdade, é parte de um aglomerado de conceitos, inclusive culturais. “A umbanda também bebe desse cristianismo popular, por meio de crenças e hábitos culturais. Esses conceitos são mais ou menos aplicados de acordo com a vivência e o entendimento de cada líder”, revela.

Lugar de respeito

Atualmente, a reivindicação daqueles que têm na Umbanda um local de fé é a equidade no tratamento nas mais diversas esferas de sociedade. O artigo 5° da Federal, assim como a Lei 11635/2007, garante a livre manifestação religiosa.

“Não podemos pedir igualdade, pois a religiosidade de umbanda é diferente. Mas, o que falta mesmo é quebrar o preconceito, estabelecendo uma relação de respeito para conosco. Você não vê o umbandista tentando converter ninguém, mas quando dizemos que somos umbandistas, sempre somos confrontados com um discurso proselitista de conversão”, lamenta. 

Independente de qualquer discurso, preconceito ou retaliação, Xisto Jr., como representante de uma casa que acolhe, deixa claro que a Umbanda é parte de um desenvolvimento plural e não exclui ninguém. Na verdade, dentro da religião, todos são vistos como iguais.

“O terreiro de umbanda é um local de acolhimento, onde não importam os e diplomas. É o lugar onde o aprende com o motoboy, onde a dona de casa ensina a professora universitária, é um ambiente de troca de saberes. Temos desde donas de casa até pessoas de alto escalão militar em nossa casa. Porém, ao adentrar o terreiro, todos são filhos, ou seja, tudo que você é na sociedade fica do terreiro e ali no espaço sagrado todos são iguais”, esclarece.

Karen Freitas, de 23 anos, é uma das acolhidas pela casa. Para Karen, ser Umbanda não é um modo de vida que a segue na casa, no trabalho e na rua. Ser da vai muito além do sentido espiritual e religioso.

“Os conhecimentos que adquirimos no terreiro servem para ser aplicados no nosso dia a dia. O respeito pelos mais velhos, o cuidado com o próximo, o cuidado com a natureza e o amor-próprio são alguns dos itens essenciais a serem trabalhados diariamente quando aplicamos os conhecimentos obtidos no terreiro”, explica ao Portal Primeira Página.

Fonte: primeirapagina

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