Um frio severo com ventos fortes e muita neve atinge várias regiões dos Estados Unidos nos últimos dias, com os termômetros registrando até -40 °C. A queda brusca na temperatura causou mortes, afetou serviços de transporte e mais de 1,9 mil voos foram cancelados em todo o país.
Neste cenário, cuiabanos que moram no estado de Massachusetts contam como está sendo o dia a dia que tem despertado saudade do calor de Cuiabá. Eles falam ainda sobre a experiência única de vivenciar a neve.
O jornalista Maurício Dalepiane, de 35 anos, mora na cidade litorânea de Hingham, o que, para ele, deixa o ar ainda mais congelante.
“É uma sensação única, a neve parece um filme. Não é gelada no dia que ela cai, mas no dia seguinte fica muito gelado. A cidade inteira fica um gelo, as ruas, as casas, tem que colocar sal no chão pra gente não escorregar, mas é incrível”, afirma.
Maurício morou 20 anos em Cuiabá e está morando nos Estados Unidos há 4 meses, com o objetivo de aprimorar o inglês. Por ser o seu primeiro inverno, as diferenças com o Brasil se destacam e afetam o dia a dia.
“As casas são de madeira e gesso, achei estranho mas eles falam que serve para aquecer as casas. Raro ver uma casa de tijolo. As roupas tem que ser mais grossas, com malhas térmicas; os produtos do carro, desde a água que você coloca no para-brisa, tem que ser diferentes. Os carros tem motores mais potentes por causa do frio, nos lugares tem aquecedores”, relata.
Maurício explica que apesar dos aquecedores amenizarem o frio intenso ressecam muito a boca e o nariz e chegam a deixá-lo com falta de ar, o que desperta saudade de Cuiabá.
“O calor artificial é totalmente diferente, é diferente do calor de Cuiabá, a cervejinha gelada aqui faz muita falta. Aqui é muito frio, -15°C, agora que tá chegando o pico alto do inverno, semana que vem a previsão é de até -30°C. Não sei como vou aguentar mas estamos aqui, firmes e fortes pra curtir essa experiência”, conclui.
Para dar uma enganada no frio, o arquiteto Alan Vitor Neves Souza e o marido, o jornalista Thiago Andrade, apostam em um banho de sol rápido, quando existe essa possibilidade. Há pouco mais de um mês o casal está instalado em Boston, também no estado de Massachusetts.
Alan conta que eles tiveram que adiar os passeios ao ar livre, para se manterem aquecidos.
“O que a gente acha mais engraçado é que, às vezes, está nevando com sol, mas não aquele sol que esquenta. A gente tenta ficar no sol, mas só para dar uma ajudada. Engraçado o caso do sol porque às vezes está nevando, está sol, mas o vento é muito frio. Quando tem tempestade de neve, eles avisam para evitar sair de casa, não ficar na rua”, conta.
Alan e Thiago deixaram Cuiabá no fim de 2023, ano em que a cidade passou por uma série de ondas de calor – quando a temperatura sobe cinco graus acima da média por um período de mais de cinco dias. Foram cerca de 5 registradas no país, em agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro.
“A gente veio passar uma temporada aqui e estamos sentindo um pouquinho de falta do calor de Cuiabá, aquele sol de 40°C. Quando chegamos aqui foi difícil acostumar com esse frio, tanto que fiquei um pouquinho doente porque o corpo não é acostumado com essa temperatura abaixo de 0°C. Até o corpo acostumar, mas graças a Deus já tudo bem, tem dia que está ótimo o tempo pra dar uma passeada”, destaca.
Fonte: primeirapagina