Na Itália, ele já é conhecido como “o novo Michelangelo”. Um artista que encanta a crítica italiana com as esculturas que faz repletas de semelhanças com as do século XVI. Assim como o grande mestre, as obras são grandiosas, colocando o ser humano como centro, e há muito realismo nelas.
Jacobo Cardillo, o Jago, de 36 anos, vem recebendo muitos elogios por misturar o modernismo com o estilo de esculturas clássicas. No mês passado, o homem ganhou um museu dedicado só às obras dele em Nápoles, no sul da Itália. O local atraiu mais de 5 mil visitantes por dia.
O escultor acredita que a comparação com Michelangelo é uma forma de explicar seu trabalho, fazendo com o que ele busque ainda mais a grandeza do renascentista.
Entre o clássico e o moderno
Jago é uma verdadeira mistura entre os conservadores e o que temos de mais moderno. Ele não rechaça o passado, mas também não abandona o presente, é tudo questão de equilíbrio.
O talento do rapaz foi notado cedo, quando ele tinha 24 anos.
Na época, o artista foi selecionado para participar da 54ª edição da Bienal de Veneza, com um busto todo feito em mármore do Papa Bento XVI.
A peça foi tão elogiada que Jago recebeu a Medalha Pontifícia – uma das mais elevadas da Igreja Católica.
Na ocasião, Jago disse que o processo criativo dele é semelhante ao dos antepassados.
“Primeiro, começo com um desenho, depois transformo em um pequeno modelo de argila”, afirmou.
Em seguida, segundo o artista, faz um modelo grande de argila e cobre com uma caixa de gesso. Passado esse processo, Jago molda uma forma para sua estátua e derrama gesso em líquido, só para no final fazer uma cópia em mármore.
Elogios
O escultor é o queridinho do momento na Itália.
Elogiado pela capacidade de capturar emoções humanas por meio de suas obras, Jago usa técnicas tradicionais para abordar questões mais contemporâneas.
“Jago é um mundo, ele é uma existência, um personagem”, disse Maria Teresa Benedetti, crítica de arte e ex-professora de Belas Artes de Roma.
Nova escultura
Atualmente Jago trabalha na obra Veiled Son, que retrata uma criança deitada indefesa, coberta por um véu.
Com inspirações no Cristo Velado, de Giuseppe Sammartino, a obra tem chamado a atenção daqueles que passam por Nápoles.
“O véu é um ingrediente, é como uma cor na paleta. Nós não o inventamos; nós o herdamos e decidimos como usá-lo. A intenção foi usar uma forma composicional que já existe, o véu, para contar uma história diferente”, explicou.
Jago ainda acrescentou uma curiosidade sobre essa obra: “muitas pessoas que passam em frente a esta escultura lhe dão um beijo, porque algumas delas veem seus filhos nelas”, observou ele.
Michelangelo
Apesar da fama, o novo Michelangelo demonstra um certo desconforto com a comparação com o grande artista.
“Acima de tudo, uma criança deve ser livre para comparar ao maior da história, para aspirar à grandeza tendo como ponto de referência um grande mestre da tradição, que não deve ter vergonha de dizer”, afirmou.
Jango tem apenas um objetivo. “Meu único interesse é me tornar a melhor versão de mim mesmo, não a melhor versão de outra pessoa”, explicou.
Veja uma das incríveis obras do artista.
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A obra Pietà é uma clara referência a Pietà do artista Michelangelo. Foto: Reprodução/Arquivo pessoal.
Com informações de Das Artes.
Fonte: sonoticiaboa
