A britânica Michelle Sword, de 45 anos, quase faleceu após uma ter um convulsão, causada pelo o uso de Ozempic falsificado. O remédio destinado a pacientes com diabetes ficou muito conhecido como um método rápido e perigoso de ao inibir a fome. Após a aplicação, ela foi encontrada, desmaiada, pela filha mais nova, de 13 anos.
Michelle já havia utilizado o medicamento antes e obtido os resultados que esperava. Mas, assim que parou de tomar, notou que estava engordando novamente. Ela resolveu, então, comprá-lo mais uma vez em um anúncio online. Apesar da aparência das canetas serem idênticas às da primeira compra, o conteúdo era muito diferente: ao invés da semaglutina, forma sintética do hormônio GLP-1, as embalagens continham insulina.
A aplicação da insulina também foi diferente. Michelle explicou entrevista exclusiva ao MailOnline que, enquanto o Ozempic liberava o remédio em doses controladas, a seringa com a insulina continuava liberando até que ela parasse. Como ela não tinha noção de quanto havia sido aplicado e, olhando para o líquido na embalagem, parecia que havia sido pouco, ela continuou aplicando mais.
Pouco tempo depois, a britânica começou a suar muito e a passar mal, até que desmaiou no chão de casa. Foi encontrada pela filha mais nova, de 13 anos, que ligou para uma amiga da mãe da área da saúde e depois para os paramédicos. A filha e a amiga explicaram para Michelle mais tarde que, assim que os médicos chegaram, começaram a aplicar glucose em gel na boca dela.
No caminho do hospital, ela precisou ser reanimada após uma convulsão e ainda conta que, para os médicos, sua sobrevivência foi um milagre, pois eles nunca viram um paciente com os níveis de glicose tão baixos sobreviver. Foi constatado, no final, que Michelle teve uma overdose de insulina.
A pressão estética por trás do uso de remédios
Na entrevista, ela ainda contou que os médicos chegaram a perguntar no hospital se ela tinha ou se estava tentando se suicidar. “Contei a eles que não – sou apenas uma idiota que deveria ter pesquisado mais um pouco”, disse.
A percepção do ganho de peso que vinha ocorrendo desde a pandemia fez com que Michelle ficasse cada vez mais . O recente divórcio também abalou sua confiança e a fez recorrer ao Ozempic, medicamento que ela conheceu por meio das redes sociais e dos relatos de pessoas que o haviam utilizado.
Ela explica a pressão que sentiu para estar com um tipo de corpo. “Estar nos meus 40 e solteira me fez sentir uma pressão inacreditável para parecer de uma certa forma e para ter um certo tipo de corpo, e havia sempre essa pergunta na minha cabeça: ‘Quem irá me querer? Quem irá me amar?’”
O que é a tal de “caneta emagrecedora”?
O Ozempic é um medicamento para tratamento de diabetes que possui como princípio ativo a semaglutida, forma sintética do hormônio GLP-1 que promove a saciedade. Por isso, o remédio inibe a fome do paciente, além de estimular a produção de insulina e de diminuir os níveis de glicose no sangue.
Com acompanhamento médico, ele é utilizado em alguns casos para tratamento de obesidade por diminuir a vontade do paciente de se alimentar, mas não é indicado para tratamentos estéticos.
No final de março deste ano, a ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica) em parceria com a SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), publicaram um documento alertando sobre o uso do Ozempic para emagrecer. “O mau uso, uso estético ou inadequado de medicações antiobesidade, além de expor pessoas a risco sem indicação de uso, aumenta o estigma do tratamento de quem já sofre com diversos preconceitos em nossa sociedade”.
Além da inibição da fome, outros efeitos colaterais do remédio são: náuseas com ou sem vômitos; diarreia ou constipação; dor abdominal e gases; fadiga e tonturas pela alimentação mais escassa – isso enquanto ele é utilizado. Michelle notou o ganho de peso porque seu estilo de vida e alimentação não foram mudados. Quando o Ozempic é utilizado com o intuito de emagrecer em casos de obesidade, com o acompanhamento médico, o paciente possui apoio em todos os setores, pois a mudança no estilo de vida enquanto se usa o medicamento é fundamental para que os resultados persistam.
Fonte: capricho
