Estudante britânica que foi mandada para casa por ter cabelo “grande demais” será indenizada pela escola
Ruby Williams, uma estudante britânica que foi mandada de volta para casa pela sua escola diversas vezes era considerado grande demais será indenizada em 8,5 mil libras (cerca de R$ 47,8 mil).
A estudante foi impedida de assistir às aulas por conta do seu cabelo, então a família tomou uma atitude.
Segundo contado em matéria da BBC, a menina foi repetidamente mandada embora da escola para casa porque descumpria as normas da instituição que diziam que “o cabelo estilo afro deve ser de tamanho e comprimento razoáveis”.
Ela ainda ouviu que seu cabelo era “grande demais” e “atrapalhava os alunos e bloqueava a visão da lousa”.
A situação de desconforto fez com que a menina desenvolvesse e tivesse ansiedade quando ia à escola.
A primeira vez que Ruby foi mandada de volta para casa, a estudante tinha 14 anos. Segundo a jovem, o diretor da escola, Richard Brown, afirmou que seu cabelo era “muito grande” e estava distraindo alunos e bloqueando a visão da lousa.
Como foi o desenrolar da história?
Ruby começou a ter medo de receber chamadas de atenção dos professores na frente dos colegas e revelou que sentia que, sempre que entrava na escola, todos a olhavam.
Ela ainda tentou usar diferentes estilos de penteados, como tranças profissionais, rabos de cavalo e alisamento com gel, mas todos esses procedimentos tinham um custo muito alto e danificavam .
Kate Williams, mãe de Ruby, tomou conhecimento da política da escola por meio do site depois que Ruby foi mandada para casa pela primeira vez.
Ruby chegou ao limite quando uma professora tentou colocar faixas nela: “Fiquei frustrada, porque meu cabelo continuava saltando para fora do coque e, no final, eu apenas disse: ‘Se estiver muito grande, você pode simplesmente me enviar para casa? Porque isso não é certo’.”
“Por que eu devo cortar ou mudar meu cabelo se outras pessoas podem ter o cabelo até o quadril? Porque meu cabelo cresce para cima eu preciso cortá-lo?”, perguntou Ruby.
Assim, e depois de ver mais negros mantendo seus cabelos em estilo natural, Ruby parou de alisá-los. Mas os problemas na escola continuaram.
Por outro lado, a escola negou ter discriminado Ruby e afirma que o cabelo dela violava as regras da instituição.
A Comissão de Igualdade e Direitos Humanos tentou uma ação de discriminação racial contra a escola em nome de Ruby, mas depois de anos de atraso, Kate Williams, mãe da menina, e a família, decidiram fazer um acordo fora do tribunal.
A Comissão de Igualdade e Direitos Humanos, um órgão público independente, alegou na ocasião que havia ocorrido discriminação racial contra Ruby.
A conclusão
O acordo extrajudicial que deu fim à ação foi ofertado de Ruby pelo Conselho Diocesano de Escolas de Londres, organização religiosa que administra a escola, sem que houvesse qualquer admissão de responsabilidade.
A direção da Urswick School afirma que a escola “reconhece e ”. “O corpo diretivo fica extremamente apreensivo se alguma criança ou família sente que a discriminamos”, disse a instituição em um comunicado.
E mesmo recebendo cartas de um clínico-geral, avisando que a menina estava sofrendo por conta da política da escola, a instituição não lhe ofereceu apoio e disse que é “impossível” falar sobre ex-alunos.
Felizmente, após esse episodio e as reclamações da família de Ruby, a Urswick School removeu a regra de seu site e Ruby recebeu £ 8.500.
Ruby, que agora já está cursando o ensino superior, disse que se sente mais confiante com o próprio cabelo e comentou a Radio 1 Newsbeat que deseja que as escolas do Reino Unido tenham “melhores diretrizes sobre sua política para que as pessoas não sejam discriminadas quando entram na escola”.
E certamente, a escola é um lugar de aceitação e aprendizado, onde todos devem sentir-se à vontade.
Ruby e sua família querem garantir que crianças com cabelos afro nas escolas do Reino Unido não passem por algo parecido e pedem que as escolas celebrem o Dia Mundial do Afro, que acontece no dia 15 de setembro, para aumentar a conscientização.
Fonte: melhorcomsaude