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Dinossauros capazes de voar: Padrão nas penas de pássaros revelam surpreendente conexão

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Nem todos os ássaros podem voar. Pinguins, galinhas e avestruzes são algumas das espécies de aves que ficam com as patinhas presas no chão. Muitas características anatômicas são importantes para determinar se um pássaro é voador ou não. Um novo estudo, publicado no periódico PNAS, encontrou um padrão nas asas desses dois tipos de ave – e isso pode ajudar a identificar dinossauros voadores.

Uma dupla de pesquisadores (um ornitólogo e um paleontólogo) analisou as penas das asas de 346 espécies diferentes de pássaros. Eles perceberam que todos os pássaros que podiam voar tinham 9, 10 ou 11 penas primárias – que são as penas que ficam mais na ponta das asas.

Por outro lado, o número de penas nas aves não voadoras era muito discrepante – enquanto emus não têm nenhuma, pinguins têm 40 delas.

“É realmente surpreendente que, com tantos estilos de voo que podemos encontrar nas aves modernas, todas elas compartilhem essa característica”, diz Yosef Kiat, ornitólogo da pesquisa. “Fiquei surpreso que ninguém parece ter encontrado isso antes.”

 

Dinossauros penados

Do ponto de vista filogenético, toda ave é um dinossauro. Os pássaros atuais evoluíram de um grupo de dinossauros chamados terópodes, que abrigava espécies como o Tiranossauro Rex (mas as aves vieram de terópodes menores do que ele).

Depois de muito tempo, a evolução moldou esses dinos, até que eles viraram as aves como conhecemos. Ainda existem muitas lacunas na sobre essa relação. Uma delas é a questão do voo.

(Só um lembrete: o não é um dinossauro, e sim um parente dos dinos).

A habilidade de voar é um assunto complicado para os dinos. Bem antes da queda do asteroide, alguns dinossauros já tinham desenvolvidos penas, um primeiro passo para o voo. Acredita-se que, no começo, elas funcionavam mais como isolamento térmico ou para atrair parceiros. Hoje sabemos que o velociraptor, por exemplo, tinha penas, mas não voava.

Se ter penas não é sinônimo de voo, como sabemos quais dinossauros podiam voar? Não dá para usar uma do tempo para comprovar, então paleontólogos buscam pistas em fósseis, como o tamanho e a forma dos ossos das asas, além da forma de penas preservadas, para determinar as espécies voadoras. 

As penas atuais podem nos contar sobre quais dinossauros voavam. Por exemplo: pássaros voadores têm longas penas assimétricas nas pontas das asas; já as que não podem têm penas mais curtas e simétricas.

Pensando nesse potencial paleontológico, a dupla analisou 65 fósseis de 35 espécies de dinossauros com penas e de pássaros extintos. Ao aplicar as descobertas, os pesquisadores conseguiram extrapolar informações sobre os fósseis. “Basicamente, podemos observar a sobreposição do número de penas primárias e a forma dessas penas para determinar se uma ave fóssil podia voar e se os seus antepassados podiam”, diz  Jingmai K. O’Connor, paleontólogo do estudo.

Simplificando: se o número de penas primárias era entre 9 e 11 e elas eram assimétricas, é bem provável que esse dinossauro pudesse voar.

No estudo, os pesquisadores analisaram o Caudipteryx, uma espécie de dinossauro com penas. O Caudipteryx tinha 9 penas primárias quase simétricas, mas as proporções de suas asas tornariam o vôo impossível. Eles concluíram que o Caudipteryx talvez tivesse um ancestral que pôde voar, mas esse traço tenha se perdido. 

Como leva muito tempo para que a evolução altere o número de penas primárias, a espécie manteve-as. Por outro lado, as asas de outros fósseis pareciam boas para voar – incluindo as do primeiro pássaro conhecido, o Archaeopteryx, e o Microraptor, um minúsculo dinossauro de quatro asas que não é um ancestral direto dos pássaros modernos.

“Nosso estudo, que combina dados paleontológicos baseados em fósseis de espécies extintas com informações de aves que vivem hoje, fornece informações interessantes sobre penas e plumagem – uma das novidades evolutivas mais interessantes entre os vertebrados”, afima Kiat. “Assim, ajuda-nos a conhecer a evolução destes dinossauros e destaca a importância de integrar conhecimentos de diferentes fontes para uma melhor compreensão dos processos evolutivos”.

Fonte: abril

Sobre o autor

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Fábio Neves

Jornalista DRT 0003133/MT - O universo de cada um, se resume no tamanho do seu saber. Vamos ser a mudança que, queremos ver no Mundo