Um grupo de pesquisadores do Egito e do Japão detectou uma anomalia no subsolo de um conjunto de cemitérios localizado ao norte da pirâmide de Quéfren, a segunda maior no complexo de pirâmides de Gizé. Esse complexo funerário, chamado pelos egiptólogos de campo Oeste, contém os corpos de diversos burocratas, nobres, sacerdotes e outros figurões do séquito que ajudava os faraós a governar.
A maior parte do Campo é preenchida por jazigos retangulares feitos de calcário ou argila chamadas mastabas, que se organizam como carros em um estacionamento quando vistas de cima. Embora sejam pequenas em relação às pirâmides, elas ainda são imensas para os padrões dos túmulos atuais, que costumam ser só ligeiramente maiores que os caixões em si. Algumas têm dezenas de metros.
Um aspecto peculiar do Campo Oeste é que ele tem uma vasta área de solo liso, sem nenhuma mastaba. Foi essa clareira, correspondente à área colorida na foto ali em cima, que os pesquisadores decidiram investigar, usando um radar de penetração no solo (GPR na sigla em inglês) e uma máquina de tomografia. Os resultados do estudo foram publicados no periódico especializado Archaeological Prospection.
Eles encontraram duas construções, uma mais rasa, outra mais profunda. A mais rasa é um corredor em forma de L com 15 m de comprimento no braço mais longo e 10 m no braço mais curto, localizado a 2 m de profundidade.
A hipótese mais plausível até agora é que essa estrutura tenha sido usado apenas temporariamente para circulação de operários durante a construção da estrutura mais funda localizada logo ao lado – já que o L parece ter sido preenchido com areia após o uso, de propósito. A estrutura mais funda, por sua vez, fica a 5 m de profundidade e consiste em uma sala com área de 10 m², com 5 m de pé direito.
Até agora, isso é tudo que é possível afirmar. Para mais notícias, aguarde as escavações (mas aguarde sentado, é claro: a investigação de um sítio arqueológico valioso como esse é extremamente cuidadosa).
Fonte: abril