Atrizes entre 50 e 60 anos desafiam o etarismo: Beleza atemporal

Um protesto de atrizes famosas contra o etarismo. Flávia Alessandra, Claudia Ohana, Letícia Spiller, Letícia Sabatella, Alessandra Negrini, Ingrid Guimarães, Paula Burlamaqui e Glória Pires vivem o mesmo desafio: a luta contra o preconceito contra pessoa por causa da idade, que também atinge as celebridades que estão acima dos 50 anos.

Cada uma delas encontrou um meio de levantar bandeira contra o preconceito: Flávia Alessandra posou de maiô fio dental. Paula Burlamaqui fez um ensaio de lingerie e Glória Pires liberou os grisalhos.

Claudia Ohana resumiu bem o sentimento destas belas atrizes: “Aos 60, eu ando de patins, jogo frescobol quase todo dia, jogo videogame com meu neto. Tenho um lado bem criança e bem adolescente. Me permito viver”, afirmou

Ensaio fotográfico  

Incomodadas com a pressão social que as trata por “senhora”, “tia” e, por vezes, questiona se vão se aposentar da vida amorosa e sexual, essas atrizes resolveram fazer ensaios fotográficos que deixam qualquer jovenzinha com inveja.

“É triste ser julgada como velha aos 49 anos”, reagiu Flavia Alessandra, que se disse assustada diante dos comentários preconceituosos que ouvir ao posar de maiô fio-dental.

Segundo a atriz, ela tem um sonho: “Meu desejo é que nós, mulheres, possamos viver sem tantas críticas, que os homens se tornem conscientes sobre as suas falas e que nós, mulheres, tenhamos um pacto de paz, apoiando umas as outras”.

Com um olhar igualitário

Ingrid Guimarães usou o Instagram para criticar a quantidade de matérias jornalísticas sobre a idade das mulheres acima dos 50 anos em seus títulos.

“Leio frases como ‘está inteira para idade’, ‘Está conservada…’, ‘Parabéns por envelhecer sarada…’. São ‘elogios’ que também comunicam o quanto nossa sociedade não está preparada para ver as mulheres envelhecerem. Que tal elogiar sem usar a nossa idade?”, disse ela, que vai completar 51 anos no próximo dia 5.

Paula Burlamaqui admite que “envelhecer é um sofrimento”. “Tem uma hora que você precisa encarar as suas rugas e os anos de vida que tem e seguir. Se você deixa isso dominar a sua cabeça, você está ferrado”, avalia a atriz de 56 anos.

Para Letícia Spiller, de 50 anos, é preciso reagir sempre. “Para nós, mulheres, esse tipo de preconceito é muito mais acentuado”.

Aos 52 anos, Leticia Sabatella disse que quer apenas estar bem e não parecer jovem. “Não penso que preciso estar com o corpo de 20 anos. Estou feliz de estar com o corpo que tenho na minha idade”.

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A liberdade dos grisalhos

Gloria Pires, de 59 anos, foi uma das primeiras celebridades que assumiram os cabelos brancos. Segundo ela, isso é libertador.

“Chegar aos 60 anos, que faço em agosto, e poder definir que tipo de cabelo eu vou usar ou não, é muito libertador. Já se desmistificou a história de que quem não pinta cabelo é uma pessoa relaxada, que se entregou”, disse.

Em seguida, a atriz acrescentou que: “Os meus 60 estão muito melhores do que os 30. Tem uma coisa que você só consegue com a experiência, que é se enxergar e se abraçar. Estou aproveitando cada minuto”.

Já a atriz Alessandra Negrini, de 52 anos, disse que certos comentários elogiosos soam como aborrecimento para quem ouve.

“Só para as mulheres que escuto comentários do tipo: ‘nossa, como você está linda aos 52 anos…’ É um pensamento de uma sociedade antiga, uma coisa chata”.

Os protestos são bons para a gente repensar o que fala e parar com tanto preconceito.

“Envelhecer é um privilégio”, como analisou muito bem a cantora Maria Bethânia, que completou 77 anos.

Informações do jornal O Extra