Nos últimos anos, as narradoras de futebol têm se tornado peça-chave na maneira como o esporte é transmitido e apreciado ao redor do mundo. Tradicionalmente dominado por homens, a área da narração esportiva está passando por uma revolução significativa, impulsionada por mulheres que estão trazendo novas perspectivas e estilos únicos para a cobertura de jogos.
A crescente presença feminina nas transmissões esportivas reflete uma mudança cultural em direção à igualdade de gênero e enriquece a experiência do público com uma diversidade de vozes e análises. E essas mulheres também são destaque no mundo virtual, onde muitas delas estão ganhando reconhecimento e influência devido a diferentes plataformas de apostas online.
As pioneiras na narração de jogos de futebol
No passado, a presença de mulheres na narração esportiva era bastante limitada, com poucas figuras femininas conseguindo destaque em um campo predominantemente masculino. Entre as pioneiras, Zuleide Ranieri e Luciana Mariano foram as que tiveram grande destaque no ramo.
A primeira narradora de futebol do nosso país foi Zuleide Ranieri, na Rádio Mulher — primeira rádio brasileira composta apenas por mulheres —, nos anos 70. Sua primeira narração foi em 1971, em um jogo amistoso entre S.E. Palmeiras e A. Portuguesa de Desportos. Com um estilo baseado na linha do narrador Fiori Gigliotti, da Rádio Bandeirantes, ela dividia a função com Claudete Troiano.
Com expressões marcantes, suas falas atraíam os ouvidos de torcedores e torcedoras de todo o país, e seu slogan “uma mulher a mais no estádio, um palavrão a menos” foi muito repercutido em sua época de sucesso.
Após o sucesso dos jogos transmitidos nas rádios, a narração de jogos de futebol na TV começou a mudar em 1997, quando Luciana Mariano, uma das vozes mais conhecidas no Brasil, teve sua primeira oportunidade de trabalho na área. Após ser aprovada em um concurso do canal Band — ela foi a primeira mulher a narrar uma partida de futebol na televisão brasileira.
Sua trajetória inclui passagens por grandes emissoras e a cobertura de eventos importantes, como o Campeonato Italiano.
Funcionária da ESPN desde 2018, Luciana, por ser uma das pioneiras, abriu caminho para outras mulheres no Brasil e ajudou a elevar o status da narração esportiva feminina a um novo patamar. Em março deste ano, ela foi reconhecida como a primeira mulher a narrar mil jogos na carreira, um feito gigantesco em uma área onde mulheres eram raramente vistas há alguns anos.
A narração esportiva feita por mulheres atualmente
À medida que avançamos para o presente, várias narradoras de futebol estão moldando o futuro do esporte. Entre elas, Renata Silveira é um grande destaque no cenário esportivo brasileiro.
Renata foi a primeira mulher a narrar um jogo de Copa do Mundo na TV aberta, no ano de 2022. Contratada pelo grupo Globo em 2020, a profissional também foi a primeira mulher a comandar a transmissão de futebol do canal em uma partida da Supercopa feminina, e chegou a narrar jogos da Eurocopa em transmissões do SporTV, canal fechado do grupo.
Quando pensamos no cenário internacional, Kate Abdo se destaca como uma das profissionais de grande impacto, presença marcante em transmissões da UEFA e FIFA e responsável por conduzir o sorteio dos grupos da liga Europa de 2013.
Com sua experiência internacional e fluência em vários idiomas, Abdo trouxe uma abordagem global e mais sofisticada aos conteúdos relacionados ao futebol.
Natália Lara é outro nome de peso no ramo, contratada em 2021 pela Disney, dona da ESPN e da FOX Sports na época. Entrou no grupo Globo algum tempo depois, onde atua na maior parte do tempo em transmissões do SporTV.
Durante as Olimpíadas de 2024, a profissional participou das transmissões da TV aberta, sendo a voz do futebol feminino do Brasil em Paris.
A importância da presença feminina no cenário do esporte
A importância de ter mulheres na narração de futebol vai além da simples presença em um espaço tradicionalmente masculino. As narradoras de futebol desempenham um papel importante em diversificar e enriquecer a cobertura dos jogos, oferecendo novas perspectivas e estilos de narração.
A inclusão de mulheres nesta área desafia normas de gênero e proporciona uma representação mais ampla e inclusiva, refletindo a diversidade dos espectadores e ouvintes.
A presença feminina na narração esportiva também é crucial para inspirar e motivar futuras gerações de mulheres que desejam seguir carreiras em esportes e em diferentes áreas do jornalismo. A visibilidade destas narradoras serve como um exemplo de que as mulheres podem se destacar e ter sucesso em campos com uma maior presença masculina.
Além disso, a inclusão de mulheres nas transmissões esportivas ajuda a promover um ambiente mais igualitário, onde todas as vozes podem ser ouvidas e valorizadas.
O impacto dessas vozes também pode ser visto no crescimento da popularidade do futebol. O aumento da audiência e do interesse pelo esporte feminino e pela diversidade na narração contribui para o crescimento de plataformas de esporte bet, por exemplo.
A presença de mulheres nas transmissões tem ajudado a atrair novos públicos e a expandir o engajamento com o esporte, refletido em um aumento nas apostas e no interesse por eventos esportivos. Desta forma, é possível perceber como a diversificação da cobertura dos jogos pode influenciar positivamente o mercado e criar novas oportunidades para os torcedores.
Assim, fica claro que as narradoras de futebol desempenham um papel importante na transformação do esporte, com novas perspectivas e enriquecendo a experiência de transmissão em geral, além de promover a diversidade e a inclusão e oferecendo uma visão mais completa e variada do futebol. À medida que mais mulheres entram e se destacam neste campo, o impacto positivo é evidente em diferentes áreas do esporte.
Fonte: odocumento