A alta da inflação foi um dos fatores que influenciaram o aumento da pobreza na Argentina. Em agosto, o índice de inflação foi de 12,4%, o mais alto em 21 anos no país, de acordo com o jornal Clarín. No ano, o índice subiu para 124,4%.
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Em julho, o índice anual estava em 113,4%. Puxaram a alta os setores de alimentos (15,6%) e saúde (15,3%. Os índices de inflação mais baixos foram os de bebidas alcoólicas e tabaco (8,5%) e comunicação (4,5).
“É difícil não se perder em tal emaranhado de números, mas se conseguirmos sair da confusão veremos que os preços saltam para quase o dobro ou mais que o dobro de um ano para o outro. Ou seja, uma inflação descontrolada, sem limites ou âncoras que a possam conter ou, finalmente, o que vemos todos os dias”, disse editor do jornal, Alcadio Oña.
Ele lembrou que o acumulado da inflação é de 140% desde que sergio massa assumiu o cargo de ministro da Economia da Argentina. Massa é um dos líderes da coalizão frente de todos, que governa o país. É candidato governista ao cargo de presidente da República, nas próximas eleições. O primeiro turno será no dia 22 de outubro.
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O índice de pobreza na Argentina atingiu 40,1% no 1º semestre deste ano. Houve, com isso, um crescimento de 1,7 milhão de pessoas pobres em todo o país. No primeiro semestre de 2022, o índice de pobreza estava em 36,5%. A alta, portanto, foi de 3,6%.
Índice de pobreza no país está entre 40% e 43% dentro da margem de erro
As informações, segundo o portal Poder360, foram divulgadas na quinta-feira 21 pelo relatório do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). O resultado do primeiro semestre é a média dos índices do 1º trimestre (38,7%) e do 2º trimestre (41,5%). O Indec informará na próxima semana os dados sobre o rendimento dos argentinos.
O Clarín conversou com Martin Rozada, responsável pelo relatório. Ele afirmou que esses 40,1%, com margem de erro estão entre 40% e 43%. Valem para 31 aglomerações urbanas, que alcançam 29 milhões de pessoas. A população do país é de 46,2 milhões.
Segundo o Indec, 62,4% da população recebeu alguma renda no 1º semestre deste ano. O valor médio recebido, com dados do 2º trimestre, foi de 138,5 mil pesos (o que equivale hoje a R$ 1.95 mil na cotação atual).
Fonte: revistaoeste