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Economia

Presidente do Banco Central destaca urgência na abordagem da questão fiscal pelos países

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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira, 10, em evento no Marrocos, que os governos precisam começar a enfrentar a questão fiscal.

Campos Neto reforçou que a questão fiscal está afetando até mesmo as economias avançadas, e caso não cuidem dessa questão, poderá ocorrer uma perturbação nos mercados

“Os governos precisam começar a abordar a questão fiscal. Acho que estamos muito coordenados na política monetária. Não estamos muito coordenados na política fiscal. Acho que isso está começando a afetar até mesmo as economias desenvolvidas”, afirmou Campos Neto.

Ele ainda acrescentou: “E se não formos capazes de resolver isso de forma que as pessoas olhem para o futuro em termos de preços de mercado e vejam que teremos um equilíbrio, pelo menos a médio prazo, pode haver um distúrbio nos mercados antes de alcançarmos o processo de desinflação”.

A respeito da inflação global, ele citou que atualmente há um processo de desinflação, mas disse por outro lado que ainda há pressões que vêm de um mercado de trabalho resiliente, de algumas commodities e da alimentação, entre outros fatores.

Campos Neto também demonstrou preocupação com o processo de desinflação dos países.

Saiba mais: Roberto Campos Neto: “Juros teriam que ser o dobro”

De acordo com o presidente do Banco Central, as taxas de juros devem permanecer em nível elevado nos países desenvolvidos, e isso impactará os mercados emergentes.

Campos Neto participou ao 2023 Global Meeting, evento organizado pelo Emerging Markets Forum, que ocorreu em Marrakech, no Marrocos.

Campos Neto alerta sobre risco de não ocorrer uma “desinflação”

Campos Neto também declarou que há poucos elementos que garantem uma continuidade da redução da inflação nos países:

“De onde a desinflação virá agora? O petróleo estará alto por período longo. A transição verde custa dinheiro. A produtividade não está crescendo. Quando olhamos ao redor, a única coisa que se destaca é as pessoas acharem que nós teremos desaceleração de desempregos e isso contribuirá para a desinflação, mas isso está longe de ser garantia”.

Além disso, ele fez comentários às contas públicas e altos custos que o Brasil enfrenta:

“Nós temos altos níveis de dívida, ainda com perdas na política fiscal, alto custo de transição verde, alto custo de restruturação de cadeias de fornecimento […] Quando olhamos para o clima, os preços dos alimentos serão mais voláteis”, explicou.

Por fim, Campos Neto ainda indagou quais serão os efeitos de manter os altos patamares das taxas de juros em países emergentes.

Fonte: revistaoeste

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