Depois de fracassar em emplacar o ex-ministro da Fazenda como presidente ou membro do Conselho de Administração da , o presidente pretende indicá-lo para o Conselho Administrativo da . A informação foi publicada em uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo na noite desta quinta-feira, 14.
Mantega ocupou vários cargos públicos ao longo dos governos do PT. O cargo de maior destaque foi de chefe do , em que permaneceu durante os dois primeiros mandatos de Lula até o início do governo .
Na quarta-feira 13, Mantega esteve no Palácio do Planalto, em Brasília, para discutir seu futuro com Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil. À Folha, integrantes do governo relataram que o economista foi convidado para o encontro na terça-feira 12, quando Lula participou de uma audiência com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
O mandato de dez dos 11 conselheiros da Braskem expira em abril. A Petrobras tem direito a quatro assentos no conselho da petroquímica, todos em vacância a partir do próximo mês. Os demais são da Novonor, antiga Odebrecht.
Os mandatos do presidente do conselho, José Mauro Mettrau Carneiro da Cunha, e do vice, Eduardo Bacellar Leal Ferreira — indicados, respectivamente, por Novonor e Petrobras—, também se encerram nesta leva. Nesse cenário, a indicação de Mantega agora depende apenas de trâmites burocráticos.
Procurados pela Folha, o ministro-chefe da Casa Civil não se manifestou sobre a hipótese de Mantega assumir uma cadeira no conselho da Braskem. Mantega também não respondeu.
A entrada de Guido Mantega na Braskem pode fazer parte da estratégia de “rodízio” que o Palácio do Planalto quer promover nos conselhos de empresas em que o governo federal tem assento.
Em outras ocasiões, Rui Costa falou sobre o rodízio ao tratar especificamente da entrada no conselho da Petrobras de um indicado de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, mas deixou claro que isso se repetiria em outros colegiados.
“Esse rodízio também nós vamos fazer em outros lugares”, disse Costa. “Rodízio de pessoas de um conselho para outro, até para oxigenar os conselhos das estatais”
A tentativa de encaixar Mantega em um conselho, contudo, vai além de um simples rodízio. Desde o ano passado, Lula busca uma colocação para seu ex-ministro da Fazenda.
O presidente chegou a insistir na indicação de Mantega para a presidência da Vale, sendo obrigado a desistir diante da reação do mercado e das rígidas regras para a escolha do presidente da companhia e para o conselho.
Na visão de Lula, Mantega é injustiçado por ser apontado como responsável pela crise econômica desencadeada no governo Dilma. O presidente quer retribuir o que vê como serviços prestados pelo ex-ministro, que comandou a Fazenda de 2006 a 2015 — nas gestões do PT.
O economista foi ainda titular do Planejamento no primeiro mandato do petista e presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Fonte: revistaoeste
