A rede varejista Americanas demitiu cerca de 30 pessoas envolvidas na fraude contábil da companhia. As demissões foram efetivadas na semana passada e confirmadas na terça-feira 20 pela empresa. As dispensas ocorreram em áreas como contabilidade, financeira e comercial.
As informações tinham sido mencionadas em depoimento do presidente da Americanas, Leonardo Coelho Pereira, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), há uma semana. “É um universo grande de pessoas envolvidas nessa fraude. Pode ser que esse número seja maior”, disse, na ocasião.
Ainda na semana passada, aos parlamentares na CPI, a varejista sinalizou existir um suposto conluio entre os ex-diretores, que levou a lançamentos artificiais nos balanços por anos, de R$ 21,7 bilhões, segundo saldo de 30 de setembro de 2022.
Os números estão em relatório de assessores jurídicos da rede, parte dele publicada em fato relevante na terça-feira.
No documento divulgado ao mercado, são citados como participantes da fraude o ex-CEO da Americanas Miguel Gutierrez; os ex-diretores Anna Christina Ramos Saicali, José Timotheo de Barros e Márcio Cruz; e os ex-executivos Fábio Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo Nunes. Os ex-diretores foram afastados e depois, demitidos ou deixaram a rede.
Itaú se manifesta sobre a CPI da Americanas
A direção do Itaú Unibanco se manifestou a respeito da ação de deputados federais que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Lojas Americanas. Na semana passada, parlamentares apresentaram pedido de convocação de representantes da instituição financeira para depoimento ao colegiado sobre a fraude na Americanas.
Além disso, o posicionamento por parte do banco ocorre depois que auditorias entraram no radar da comissão. Isso porque o atual presidente da companhia, Leonardo Coelho Pereira, afirmou que as duas empresas responsáveis pelo serviço, KPMG e PwC, poderiam ser responsáveis por fraude. O executivo ainda sugeriu que o Itaú e o Santander poderiam, segundo ele, fazer parte disso.
Em nota enviada a Oeste por meio da equipe de comunicação, o Itaú Unibanco nega participação em qualquer eventual irregularidade relacionada à rede varejista. “As cartas de circularização, que são instrumento de apoio aos trabalhos de auditoria, até 2017 traziam o saldo integral das operações de antecipação contratadas por fornecedores, denominadas ‘risco sacado’”, afirma o banco.
De forma mais direta, a equipe do Itaú Unibanco rebateu a declaração de Pereira. “É leviano atribuir a terceiros a responsabilidade pela fraude, confessada ontem pela companhia ao mercado”, afirmou, em trecho do comunicado, a instituição financeira.
A saber, a ideia inicial da comissão é ouvir o presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho. O requerimento para a convocação dele foi assinado por dois deputados federais do Psol: Tarcísio Motta (RJ) e Fernanda Melcionna (RS).
Fonte: revistaoeste