Vivien Mello Suruagy, presidente da Federação Nacional de Call Center, Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática , afirmou que veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à prorrogação da desoneração da folha de pagamento será um “suicídio econômico”.
Em acordo com as outras entidades que criticaram o veto de Lula, na quinta-feira 23, a executiva rebateu afirmações feitas nesta sexta-feira, 24, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em defesa da decisão do presidente.
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“Será um verdadeiro ‘suicídio econômico’ para as empresas esperarem pela votação da reforma tributária, pela medida provisória 1.185 e pela apresentação de medidas alternativas, conforme Haddad propôs hoje”, disse Vivien.
O ministro havia afirmado que os 17 setores contemplados com a desoneração na folha de pagamentos estariam fazendo “chantagem” ao pedir sua prorrogação. Além disso, Haddad disse que a desoneração não “gerou empregos”.
Contudo, Suruagy afirmou que o ministro equivocou-se quando declarou que a desoneração não havia gerado empregos. A presidente da entidade enfatizou que a implantação da medida ocorreu no próprio governo Dilma Rouseff, em 2011, governo do mesmo partido do presidente Lula.
A executiva também rebateu a afirmação de Haddad de que os setores estariam fazendo “chantagem”. “Não é chantagem defender a manutenção e a geração de empregos, tema, aliás, que sempre esteve na pauta do presidente Lula em seus governos e com o qual se elegeu na última eleição.”
Posteriormente, Haddad informou que apresentaria a Lula medidas alternativas ao fim da desoneração da folha de pagamento. Contudo, em seu pronunciamento, ele não antecipou quais iniciativas seriam essas.
Presidente da Feninfra diz que não é possível permanecer nesta indefinição
A executiva comentou o impasse quanto à prorrogação da desoneração da folha de pagamento e disse que “não podemos ficar nesta indefinição, à espera de medidas que nem sabemos quais são”.
“Não podemos colocar em risco o emprego dos trabalhadores”, disse a presidente da Feninfra. “Apenas na área da Feninfra, 400 mil postos de trabalho podem ser extintos em dois anos sem a desoneração. Além disso, os investimentos em conectividade podem ser afetados se as empresas do setor entrarem em crise e perderam a capacidade de investimento.”
“É só fazer as contas corretamente”, afirmou Vivien, ao defender a prorrogação. “Com menos impostos, as empresas reduzem os custos e ganham capacidade de investimento para fazer contratações. Os custos com a folha triplicarão sem a desoneração, e as empresas enfrentarão dificuldades econômicas.”
Ela afirmou que a grande maioria dos parlamentares apoia a desoneração e, por isso, o veto precisa ser derrubado no Congresso.
“Postergar ainda mais essas decisões seria terrível”, disse Vivien. “Por isso, defendemos a derrubada pelo Congresso do veto do presidente Lula para os 17 setores que mais geram emprego no país.”
Fonte: revistaoeste