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Economia

Dificuldade financeira evidenciada na ata da Americanas um mês antes da crise

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A ata de uma reunião de diretoria da Americanas realizada em 2 de dezembro de 2022, um mês antes da crise instalada com a descoberta de “inconsistências” contábeis, mostra que a cúpula da varejista tinha conhecimento de uma situação financeira absolutamente desfavorável.

Há trechos como: “Não podemos ter a queima de caixa que estamos tendo” e “Gastamos todo o dinheiro e temos de ir à guerra”. Os diretores também sugeriram o corte de R$ 1 bilhão nos investimentos programados para 2023.

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O documento está sob análise da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Americanas da Câmara dos Deputados e foi divulgado a alguns órgãos de imprensa.

O economista Sérgio Rial, que assumiu a presidência da companhia em 2 de janeiro deste ano, participou da reunião de dezembro. No segundo semestre do ano passado, ele era consultor da varejista. Rial permaneceu no cargo de presidente apenas nove dias. Ele renunciou em 11 de janeiro, quando a Americanas anunciou um rombo contábil de R$ 20 bilhões.

Também estiveram na reunião o diretor financeiro André Covre e os diretores Anna Saicali, Marcio Cruz, Timótheo Barros, João Guerra e Vanessa Carvalho, que atuou como secretária no encontro.

Ex-presidente da Americanas tinha conhecimento de crise financeira

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Ex-Presidente Da Americanas Sergio Rial, Que Ficou No Cargo Apenas Nove Dias E Reportou As ‘Inconsistências’ Contábeis | Foto: Reprodução/Youtube/Câmara Dos Deputados

A ata mostra que Rial tinha conhecimento de que a Americanas passava por dificuldades financeiras, mas não é possível afirmar que ele soubesse de qualquer fraude, como admitiu a varejista em 13 de junho.

Em depoimento à CPI, Rial negou saber de irregularidades ou fraudes e também afastou responsabilidade dos sócios. Entretanto, ele disse que ficou sabendo da crise financeira apenas ao assumir o cargo, em janeiro, o que pode indicar contradição com o que consta da ata.

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Ele chegou a classificar como “soco no estômago” o momento em que soube do rombo. “Eu assumo no dia 2 [de janeiro]… No dia 4, recebi a informação de que o número que vi antes, de R$ 15,9 bilhões, era dívida bancária não reportada. Levo um soco no estômago: a empresa tinha um patrimônio líquido de R$ 16 bilhões e uma dívida de R$ 36 bilhões. A dívida estava no balanço em posição equivocada”, disse Rial aos deputados.

CPI deve analisar três trechos da ata da Americanas

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Sessão Da Cpi Da Americanas Foto: Reprodução/Câmara Dos Deputados

O Estadão informa que a CPI da Americanas quer esclarecimentos acerca de três trechos da ata. O primeiro diz: “Não podemos ter a queima de caixa que estamos tendo.”

O segundo trecho fala sobre todo o dinheiro da venda de ações ter sido gasto: “Importante levarmos em consideração o asset [ativo] da empresa achado, fizemos um follow on [venda de ações] espetacular no momento certo (2020), mas gastamos todo o dinheiro. Agora precisamos de dinheiro e temos de ir à guerra.”

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Já o terceiro ponto que precisa de esclarecimento se refere às despesas com capital da empresa, que precisavam ser reduzidas “pelo menos em R$ 1 bilhão de forma inteligente” em relação aos investimentos previstos em 2023.

Fonte: revistaoeste

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