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Economia

Auditoria revela empréstimos duvidosos ligados ao governo de Doria: investigação em andamento

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Uma auditoria interna da encontrou pelo menos 178 empréstimos com suspeitas de fraude feitos pelo banco de fomento do governo a empresas que atuam no Estado. As transações ocorreram entre os anos de 2021 e 2022, durante o mandato de João Doria.

De , as operações de somam R$ 74 milhões em valores liberados.

O portal obteve dados inéditos de investigação sigilosa que revela uma rede que envolve suspeita de uso de laranjas, de empresas de fachada e de funcionários do banco. Eles teriam fraudado financiamentos que causaram prejuízo milionário ao órgão estadual.

A Desenvolve SP é um banco de fomento vinculado ao governo de São Paulo e tem como objetivo financiar negócios, com a intenção de desenvolver a economia paulista. A auditoria interna foi feita por meio de amostragem, e o verdadeiro rombo pode ser maior.

Segundo o Metrópoles, em outubro do ano passado, uma operação deflagrada pela , com base na apuração interna do banco, resultou em demissões de funcionários suspeitos de envolvimento no esquema.

Caso de fraude teria ocorrido durante mandato do ex-governador João Dória | Foto: Renato S. Cerqueira/Estadão ConteúdoCaso de fraude teria ocorrido durante mandato do ex-governador João Dória | Foto: Renato S. Cerqueira/Estadão Conteúdo
Caso De Fraude Teria Ocorrido Durante Mandato Do Ex-Governador João Dória | Foto: Renato S. Cerqueira/Estadão Conteúdo

A investigação na esfera criminal corre na 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Campinas, no interior do Estado.

O modus operandi do grupo envolvia empresas que só pagavam as primeiras parcelas do financiamento, de acordo com o que foi levantado pela reportagem. Quando o banco entrava com ações para tentar reaver os valores, não localizava as empresas, seus sócios nem os bens dos envolvidos, segundo o relatório policial.

“A previsão nos contratos da Desenvolve SP garantia uma carência extensa aos beneficiários, muitas vezes igual ou superior a 12 meses, tempo suficientemente hábil para que os valores recebidos fossem pulverizados em diversas outras contas e destinatários, caracterizando assim, a nosso ver, o crime de lavagem de dinheiro”, afirmou a polícia ao Metrópoles.

Auditoria analisou 340 operações

A apuração inicial dos auditores da Desenvolve SP, por sua vez, analisou 340 operações de crédito, classificando as suspeitas de fraude em três níveis: provável (82 casos), possível (96) e remoto (162).

Quase R$ 43 milhões foram registrados como prováveis, enquanto R$ 31 milhões foram classificadas como possíveis, e R$ 40 milhões restantes apareceram com remoto risco de fraude.

Segundo o Metrópoles, a investigação policial que corre em Campinas centra o foco em empresas suspeitas de fraudes, sócios e laranjas. Cinco companhias figuravam como alvos iniciais, além de seus sócios e pessoas apontadas como testas de ferro no esquema.

A polícia avalia que pode haver ligação entre elas, devido à coincidência entre escritórios de contabilidade e de advocacia, valores de capital social iguais, registros apenas na Junta Comercial de Osasco e também a dificuldade de localizar os sócios e as sedes.

Em um dos casos citados no inquérito, houve o aluguel de uma sala comercial que teria sido montada apenas como encenação para funcionários da Desenvolve SP.

Uma das empresas investigadas é a RWX Terraplanagem e Ltda., que a polícia afirma se tratar de uma firma de fachada, em nome de um suposto chamado Raiwander Souza Botelho.

Segundo apurado pela reportagem, entre as irregularidades no empréstimo de mais de R$ 800 mil, a empresa apresentou documentos falsos no pedido de financiamento à Desenvolve SP.

A reportagem do Metrópoles ligou para o número que consta como sendo da sede da empresa, mas não localizou ninguém.

Em outubro do ano passado, foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão em oito cidades, entre elas Campinas e Osasco, além do bloqueio de bens e contas bancárias dos investigados.

A reportagem descobriu também que, no âmbito administrativo, a Desenvolve SP teria investigado oito pessoas e quatro foram demitidas por causa das suspeitas.

Entre as infrações encontradas, estariam o recebimento de presentes e também a relação com empresas fora dos protocolos do banco.

A Desenvolve SP não deu informações sobre o caso ao Metrópoles e alegou que a investigação é sigilosa.

O banco afirmou que “os casos relacionados à suspeita de fraude estão sendo investigados pela Polícia Civil, que é a autoridade competente para identificar os responsáveis e delimitar a extensão dos danos causados à Desenvolve SP”.

“Já com relação à auditoria, informamos que os relatórios são confidenciais e protegidos por sigilo estratégico”, afirmou o órgão, acrescentando que “é uma instituição financeira, sujeita às normas do Banco Central do Brasil, que preza pelo dever de sigilo bancário, pela proteção de dados pessoais e que cumpre todos os requisitos previstos na legislação.”

Fonte: revistaoeste

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