Depois que o presidente da Americanas, Leonardo Coelho Pereira, disse que as duas empresas contratadas para fazer auditorias nas contas da varejista podem estar envolvidas na fraude bilionária, admitida na terça-feira 13, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados deve acelerar a convocação da KPMG e da PwC.
O presidente da CPI da Americanas, deputado Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE), confirmou ao jornal O Globo que ex-diretores e representantes das auditorias serão convocados para prestar depoimento em breve. Já há requerimentos de membros da comissão neste sentido. Falta “apenas pautar e aprovar”, disse Ribeiro.
Em audiência pública na CPI na terça-feira, Leonardo Coelho Pereira afirmou que documentos — especialmente troca de e-mails entre representantes das auditorias e membros da antiga diretoria da varejista — revelam que as duas empresas teriam mostrado como amenizar comunicados para evitar que o Conselho de Administração da Americanas tivesse acesso às informações reais sobre a situação contábil da empresa.
Pereira também sugeriu o envolvimento de dois bancos — Itaú e Santander — nas fraudes. Eles teriam reescrito cartas relativas a dívidas para suavizar o impacto sobre o Conselho e o mercado.
“Ali também, naqueles exemplos, tem os bancos suavizando um teor. Se eu não me engano, ali estava “trocar sacado por emitido”. Consigo dizer que os documentos mostram uma troca de informações entre os bancos e pessoas de dentro da companhia, puxados por pessoas da companhia. Os bancos mencionados aceitam suavizar a redação da carta”, declarou o parlamentar ao Globo.
Os bancos também podem ser convocados. Já há requerimentos também com essa finalidade, que precisam ser aprovados.
Os deputados da CPI se reúnem nesta quarta-feira, 14, para definir os próximos passos das investigações depois que a Americanas divulgou, na terça-feira 13, um comunicado de fato relevante admitindo a fraude e culpando a diretoria anterior. Uma nova sessão da CPI está convocada para a terça-feira 20.
As auditorias ainda não comentaram as declarações do presidente da Americanas, e os bancos negam qualquer envolvimento. Em razão da fraude no balanço da varejista, divulgada em janeiro, a empresa entrou em recuperação judicial.
Fonte: revistaoeste