Na correria do dia a dia, muita gente acaba incluindo alimentos ultraprocessados na dieta. Um congelado aqui, uma bolacha recheada ali, um refrigerante no fim de semana.
No décimo oitavo episódio da sétima temporada do Conexão VivaBem, a nutróloga Raquel Bezerra de Menezes explica se comer um pouco desse tipo de alimento faz mal à saúde ou se a alimentação deve ser 100% natural, além de esclarecer mitos e verdades sobre os ultraprocessados.
“Não precisa ser radical a ponto de ser só in natura. A questão é a ingestão excessiva dos ultraprocessados e, consequentemente, a falta de equilíbrio”, resume Menezes. Na avaliação dela, os salgadinhos, sucos e refrigerantes são os maiores vilões e devem ser evitados.
Mas será que os ultraprocessados, mesmo passando por vários processos, ainda mantêm algum tipo de nutriente?
De acordo com a nutróloga, bebidas como os sucos de caixinhas, que são produzidos com uma parte de suco natural, até preservam alguns nutrientes da fruta, mas devido à alta quantidade de açúcares e de corantes, causam mais danos do que benefícios.
Estudo: 10% das mortes foram causadas pela ingestão contínua de processados
Um estudo de 2019 apontou que aproximadamente 10% das mortes de pessoas entre 30 e 69 anos foram causadas pela ingestão contínua de alimentos super processados. São 57 mil mortes só no Brasil, e muitas delas poderiam ter sido evitadas caso o consumo desses alimentos fosse reduzido.
Menezes alerta para o fato de esses alimentos serem ricos em gorduras, açúcares e sódio, o que aumenta o risco de hipertensão, problemas cardiovasculares e doenças como diabetes.
Pais devem demorar para ofertar ultraprocessados para as crianças
Na hora de preparar a lancheira dos filhos, muitos pais escolhem opções mais “práticas” como bolacha, biscoitos e salgadinhos. De fato, são produtos mais gostosos e palatáveis. No entanto, a médica alerta que é um erro ofertar esse tipo de alimento tão cedo na vida dos pequenos, e quanto menos eles forem ofertados, mais saudáveis as crianças serão.
“Se a gente colocasse somente os alimentos sem tempero, com sabor natural, a criança iria se acostumar. Mas se a gente coloca um biscoito, um suco que já tem muito tempero, o paladar dela vai sempre tender mais para o doce”.
A nutróloga recomenda reduzir o consumo para, no máximo, dois ultraprocessados no dia, tendo em vista que muitas crianças não consomem esse tipo de produto só na lancheira, mas na dieta de uma forma geral.
Mito ou verdade: comer salsicha aumenta o risco de ter câncer?
Verdade. Pode aumentar, por ser um alimento inflamatório e conter substâncias químicas que já foram associadas ao surgimento de tumores, quando consumidas excessivamente. Nesse sentido, é importante evitar seu consumo.
Todo pão é ultraprocessado?
Mito. Existem pães —os artesanais, por exemplo— que não são ultraprocessados e podem fazer parte de uma dieta saudável, desde que consumidos com moderação.
Pratos prontos congelados industrializados são uma opção saudável para quem está na correria do dia a dia?
Não, porque o congelado industrializado, tipo lasanha, contém conservante. As marmitas “caseiras” congeladas tendem a ser saudáveis, desde que a pessoa tenha usado apenas ingredientes naturais.
Refrigerante diet ou zero calorias não engorda e é menos pior do que o normal?
Ao comparar o refrigerante normal com o diet/zero, o diet realmente não tem calorias, mas ele não é saudável. No entanto, se a pessoa deseja parar de tomar este tipo de bebida e está em um processo de transição, o refrigerante diet/zero pode ser uma opção.
Barrinhas de cereal de mercado são ultraprocessados?
Verdade. E muitos desses alimentos ainda são cheios de açúcar e, no caso das com chocolate, gorduras que não fazem bem à saúde.
Fonte: uol