Sempre que ouvimos falar em dieta, imediatamente vem à mente que você deverá contar calorias. Infelizmente, esse é um assunto a ser enfrentado por longos anos, acredito. Os cálculos de calorias já não são mais usados por profissionais, pois entendemos que, muito à frente das calorias, os alimentos nos oferecem mais do que apenas energia.
Comer pouco ou muito já não é a resposta básica a que se deve dar atenção.
Comer pouco volume, mas com alta densidade nutricional, é muito mais valioso do que comer muita quantidade, com baixa densidade nutricional. E na massacrante maioria das vezes, as pessoas comem grandes quantidades e com baixa densidade nutricional, afetando todos os sistemas de sua saúde e causando doenças de longo prazo.
O erro das calorias está em justamente fazer dieta baixando o volume daquilo que se come, ou seja, comer pouca quantidade de alimentos, muita restrição, e também baixar a densidade nutricional, ou seja, além de passar fome, você irá definhar.
Para entender melhor, uma das explicações pelas quais você pode estar tentando fazer dieta e, ao invés de perder peso e ficar saudável, você está com aparência doentia, baixa energia e constantemente doente (com resfriados que nunca curam, baixa imunidade, infecções recorrentes), é o fato de que quando se restringe muitas opções de alimentos, estamos restringindo também valiosos aliados da nossa saúde: os nutrientes.
Qual a diferença entre densidade energética e densidade nutricional?
Densidade energética: é o termo usado quando há um cálculo energético das calorias que aquele alimento está oferecendo ao nosso corpo. Advém dos macronutrientes, ou seja, a quantidade de carboidratos, gorduras ou proteínas que o alimento contém. Os vencedores de maior densidade energética são refrigerantes, bebidas açucaradas, milk-shakes, sorvetes industrializados, doces e balas, e os fast-foods em geral. Deu para perceber que são muito densos em energia certo?
Densidade nutricional: é o termo usado para distinguir os alimentos que possuem uma enorme quantidade de nutrientes, nem sempre sintetizados pelo corpo, sendo então necessário o consumo pela alimentação ou suplementação. Frutas, verduras, folhas são os alimentos no topo de densidade nutricional, são considerados alimentos que possuem grandes quantidades de micronutrientes, como vitaminas, minerais e fitoquímicos, ativos presentes em plantas que possuem apelo medicinal, por exemplo.
Não à toa, você eventualmente recebe a notícia de que tal fruta ou tal alimento é rico em alguma vitamina ou ativos como fitoquímicos que oferecem alguma resposta terapêutica. Por exemplo: o grande volume de vitamina C na acerola e a resposta imunológica, a grande quantidade de ômega 3 na sardinha e sua capacidade protetora cardíaca e ação anti-inflamatória. A lista é grande.
Ao usarmos a nutrição como aliada nos diversos tratamentos como emagrecimento, câncer, doenças crônicas, doença inflamatória intestinal, doenças raras, o cálculo de densidade energética não será o primeiro passo, nem padrão ouro, como escolha do profissional.
A densidade nutricional é, e sempre deverá ser, a escolha primária do nutricionista, a fim de melhorar sua resposta ao estímulo que deseja, e nele incluímos a estética, sim, o emagrecimento, hipertrofia, performance de atletas, ou então os tratamentos patológicos aos quais o paciente está se submetendo.
Dicas de como melhorar sua alimentação através da densidade nutricional:
Inclua sementes, oleaginosas e grãos.
Inclua folhas e vegetais crus, pelo menos duas vezes ao dia.
Inclua três porções de frutas ao longo do dia, respeitando a sazonalidade (época e local favoráveis à fruta da estação).
Inclua grãos que se combinam: arroz e feijão, quinoa e lentilha, grão-de-bico e arroz integral.
Aumente o consumo de azeite, óleo de abacate e peixes de águas frias.
Prefira frutas que são consumidas sem casca pela manhã e frutas com casca no período da tarde em diante.
Evite sucos de frutas, salada de frutas com suco e bebidas açucaradas (alto teor de açúcares)
Fonte: uol