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Taise Spolti – Consumidores de presunto precisam estar atentos a mudanças na indústria alimentícia

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O mês de maio marcou uma data decisiva para a indústria de carnes e embutidos. A partir do último dia 2, no Brasil, todo presunto deverá passar por adequações na produção e se enquadrar em quatro tipos distintos. São eles:

Presunto cozido: o mais comum na mesa dos brasileiros, ele é feito com carne de pernil suíno, em grande maioria, além de poder receber carne moída, e passa por um processo de maturação no qual inúmeros aditivos são adicionados, incluindo os conhecidos —e perigosos— nitritos e nitratos. Após a maturação, passa por um cozimento, com tempo e duração específicos, e depois é comercializado.

Presunto cozido superior: aqui, a grande diferença para o cozido é que não se pode adicionar carne moída, mas em sua composição pode conter pele. Também teremos aditivos químicos, sal e condimentos.

Presunto cozido tenro: o que muda desse para o superior é que o tenro deve ser, obrigatoriamente, defumado.

Presunto cozido de aves: aqui, a regra é manter a coxa, sobrecoxa e pernas de aves, sem especificar quais aves. Podem ser desossadas, moídas, com pele. Mas, por regra, deve ser mantido o mínimo de 14% de proteína total na composição.

Bom, sobre as mudanças, pode ser que isso não afete o seu consumo, mas provavelmente o preço do produto sofrerá alterações.

Aqui entre nós, o que deveria mudar de fato é a quantidade de aditivos químicos liberados para o uso, e também como você está consumindo. Seja cozido, cozido superior ou outra classificação, o consumo de carnes processadas está no da lista de alimentos que deveríamos reduzir. São carnes de baixa qualidade para consumo humano, visto que o número de aditivos e condimentos é alto, e não interagem bem com a nossa .

Nitritos e nitratos são formas químicas que encontramos naturalmente no nosso corpo, na nossa saliva e, em inúmeros alimentos, sua fórmula química é basicamente nitrogênio e oxigênio. O problema no consumo é que estamos falando em adições artificiais, altas quantidades e, na maioria das vezes, instáveis, que causam conversão em nitrosamina, esta sim causadora de efeitos danosos ao nosso corpo.

Embora nenhum terrorismo nutricional deva acontecer, a ressalva é sempre de que o consumo inadequado e com alta frequência e quantidades causará um dano por excesso. E não somente esses nitritos e nitratos. Estamos falando em dezenas de outros componentes, químicos e naturais, utilizados em alta quantidade e com uma frequência de consumo diário, por anos.

Aliado ao presunto, teremos o pão industrializado, o molho com maionese industrializada, o jantar ou o lanche de frutas que será trocado/substituído por um lanche com mais de um ultraprocessado. Diariamente. Desde a infância.

Não preciso entrar em mais detalhes para que o alerta fique bem claro e explícito, certo? Reduza o consumo de carnes processadas.

Em se tratando de saúde digestiva, os aditivos químicos alteram a nossa microbiota. Eles causam uma certa seleção natural de microrganismos, que se especializaram em degradar esses substratos para formação de metabólitos que são extremamente danosos a saúde, e que a longo prazo estão relacionados com o surgimento de câncer colorretal, adenocarcinoma, entre outras condições.

Vale lembrar, inclusive, que quando não digerimos determinados produtos químicos, estes mesmos se mantêm em circulação até que nosso corpo os remova, e nem sempre a ção acontece. A captação desses metabólitos causam processos inflamatórios crônicos e de baixo grau, que estão relacionados com intolerâncias alimentares, alergias, doenças do trato gastrintestinal e também seu acumulo em diferentes órgãos.

O efeito é sempre a longo prazo.

Ao comprar um alimento como os presuntos, fique de olho na quantidade de produto natural que contém na embalagem, veja quantidade de carne, água, colágeno, amido e aditivos, e opte pelos que contêm maior teor de proteína (carne) e menor lista de aditivos (os nomes estranhos).

Fonte: uol
Colunista: @chefcarlosmiranda

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Carlos Miranda

Business consultant | Gastronomo | Chef Executivo | Pitmasters | Chef proprietário OSSOBUCO Outdoor Cooking