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Descubra como a pectina da maçã pode aliviar o seu intestino preso!

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O termo “pectina” tem suas raízes na palavra grega “pectos”, que se traduz como “gelatinizado” ou “endurecido”. Henri Braconnot, um químico e farmacêutico francês, foi o primeiro a usar essa nomenclatura, em 1824. Ele observou que a pectina, que é uma fibra alimentar solúvel, presente naturalmente em plantas, tinha por caraterística a formação de uma espécie de gel ao ser dissolvida.

“A partir dali ela foi amplamente estudada e, desde então, é muito utilizada na culinária, para o preparo de geleias, compotas, molhos e doces, pela grande capacidade de formar géis e estabilizar preparações, quando em condições levemente ácidas e sob aquecimento”, informa Andrea Ferrara, nutricionista da Clínica Bottura (SP) com especialização pelo Hospital das Clínicas da USP.

Onde a pectina é encontrada?

In natura, a pectina está presente principalmente na maçã e em frutas cítricas, como laranja e limão, sobretudo nas cascas. Pode estar ainda, em menores quantidades, na uva, na ameixa, no mamão e na batata, beterraba e cenoura. Mas é na indústria que ela é amplamente utilizada, devido às suas propriedades espessante, emulsificante e gelificante.

Serve para fazer, ou ajuda a melhorar textura e cremosidade, de bebidas lácteas, iogurtes, sorvetes, balas, recheios de chocolate, bolos, pães, sucos de frutas concentrados, explica Rodrigo Neves, médico pela Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto) e pós-graduado em nutrologia. “Até em alguns medicamentos está contida, como laxantes naturais e produtos para desconfortos gastrointestinais.”

É que a pectina é considerada um polissacarídeo diferente do amido, um carboidrato não digerível. “Por esse motivo, é um funcional, um prebiótico, que pode agir de forma benéfica em uma ou mais funções no nosso organismo”, comenta Fabiana Pedrosa, nutricionista clínica dos centros médicos da Rede ’Or, de Recife e Olinda, e da Ísis Clínica de Medicina Feminina (PE).

Função no intestino

Um prébiótico é uma substância que não é digerida pelo corpo humano, mas serve como alimento para as bactérias boas do intestino, estimulando sua proliferação e atividade. No caso da pectina, por absorver água e hidratar o bolo fecal, ainda ajuda a regular o movimento intestinal e previne constipação e o risco de doenças inflamatórias.

Mas antes de chegar no intestino, a pectina passa pelo estômago, onde se transforma em um composto de consistência viscosa que ajuda a gerar saciedade. “Assim, a pectina é uma excelente estratégia na perda de peso e, complementarmente, na redução dos níveis de colesterol e triglicerídeos, controlando a absorção de gordura e glicose após as refeições”, afirma Jousianny Patrício, nutricionista e professora do Unipê (Centro Universitá de João Pessoa).

Além de ser positiva para quem sofre de prisão de ventre, colesterol alto e diabetes, a pectina ajuda a reduzir o risco de doenças cardiovasculares e fortalece o sistema imune. Segundo a nutricionista Andrea Ferrara, ela aumenta a integridade, função e defesa da mucosa colônica —tecido que reveste o interior do cólon do intestino.

Consumo requer certos cuidados

A incorporação de pectina na dieta não requer ser uma diária e obrigatória, afirma o médico Rodrigo Neves, explicando, apesar disso, que incluir frutas ricas em pectina pode ser uma parte benéfica e equilibrada da alimentação. Porém, lembre-se de diversificar as fontes em que a fibra está presente para se obter uma gama maior de nutrientes.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda a adultos consumirem pelo menos 400 gramas de vegetais e 25 gramas de fibras ao dia, informa Alan Tiago Scaglione, nutricionista da Estima Nutrição (SP) com especialização pela USP. É possível atingir esse valor com cerca de cinco porções no cardápio diário. “Se fizer isso, está tranquilo em relação ao consumo de pectina”, diz.

A pectina é segura para todas as idades, desde que se respeite o consumo correto e a quantidade, que deve ser recomendada por um médico individualmente. “Sem orientação de um profissional, pode causar algumas reações, como gases, desconforto e distensão abdominal, além de constipação, quando não há ingestão adequada de água”, diz a professora Jousianny Patrício.

Veja uma sugestão de receita de geleia caseira rica em pectina:

Ingredientes:

  • 1 kg de maçã (cerca de 10 maçãs inteiras)
  • 1 kg de laranjinha kinkan (assim como a maçã, ela é rica em pectina)
  • 1 colher (sopa) de psyllium (fibra solúvel natural), se quiser

Modo de preparo:

  1. Corte as maçãs em pedaços, mantendo casca e sementes. Numa panela, cubra-as com água e, em fogo baixo, cozinhe-as, mexendo até obter um suco e as maçãs ficarem macias. Depois, retire, bata tudo no liquidificador, coe e reserve.
  2. Corte as laranjinhas em rodelas, com casca, mas sem sementes, e coloque-as para ferver em água para tirar o amargor. Depois de retirar do fogo e escorrer, adicione-as ao suco de maçã. Deixe a mistura cozinhar até adquirir uma consistência de cor amarelo-claro e as laranjas brilharem.
  3. Formada uma geleia, adicione o psyllium para aumentar o valor nutricional e a textura gelatinosa. Após homogeneizar, desligue o fogo e, num vidro esterilizado, coloque a geleia ainda quente. Feche esse vidro e esfrie a geleia de cabeça para baixo, para criar um vácuo entre o doce e a tampa. Consuma em até seis meses.

Fonte: uol

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