Com o aumento da demanda por alimentos proteicos, vemos cada vez mais produtos desse tipo no mercado —a maioria deles ultraprocessados, como barrinhas e bebidas prontas em caixinha.
Mas e se você pudesse consumir mais proteínas sem fazer um grande esforço, apenas substituindo o tipo de leite que toma no dia a dia?
Hoje vamos avaliar quatro marcas de leites com mais proteínas, uma novidade que desperta interesse e levanta dúvidas. Também vamos entender por que eles são uma escolha melhor do que os shakes que viraram moda.
Esta é a versão online da edição desta segunda-feira (15/07) da newsletter Guia do Supermercado. Para receber estes e outros boletins diretamente no seu email, cadastre-se aqui. Eu sou Sari Fontana, química industrial de alimentos e faço avaliações didáticas para ajudar você a comer de forma mais consciente (me siga no Instagram).
Leite proteico x bebidas lácteas proteicas
O leite com mais proteínas é obtido por um processo físico de filtração por membranas que retêm as moléculas de proteína, aumentando a concentração do nutriente. O resultado são produtos com um teor de proteínas superior ao do leite convencional.
Mas eles também são mais nutritivos que os shakes proteicos prontos pra beber.
Ao contrário das bebidas lácteas sabor baunilha, morango, chocolate, os leites proteicos não são adoçados, coloridos, nem aromatizados. Eles têm o sabor e a aparência do leite tradicional, pois são de fato um tipo de leite, não uma bebida láctea.
Quando avaliamos os preços, notamos que os leites proteicos podem custar até o dobro dos convencionais, devido ao seu processo de fabricação diferenciado. Mas, se comparados com as bebidas lácteas proteicas, que têm menos proteínas na mesma porção, os leites proteicos são mais baratos. Além disso, têm menos aditivos, menos carboidratos e menos calorias que os shakes da moda.
Com mais proteínas e menos energia por porção, esses leites demonstram que a tecnologia de alimentos pode atuar em prol da saúde do consumidor.
Das quatro opções que pesquisamos no mercado, três são leites desnatados e sem lactose: Itambé, Molico e Camponesa. Eles ainda têm em comum a adição de estabilizantes, aditivos utilizados para preservar as características sensoriais e visuais dos produtos.
O da marca Camponesa tem o teor mais elevado de proteínas, com 14 g do nutriente por copo de 200 ml, seguido pelo Itambé, que contém 13 g de proteínas na mesma porção e o Molico, com 10 g.
A mesma indústria que cria ultraprocessados pode também aprimorar a nutrição dos alimentos convencionais
Todos os leites proteicos apresentados aqui são uma boa escolha, principalmente quando comparados com as bebidas lácteas de caixinha. Mas o leite da marca Naturalle Pro destaca-se pela simplicidade da sua composição, pois dispensa o uso de estabilizantes no processo UHT. Com 10 g de proteínas, seus ingredientes são apenas leite semidesnatado e concentrado proteico de leite, sem nenhum aditivo.
Outra característica relevante é sua embalagem de 200 ml, de tamanho semelhante às caixinhas pequenas dos achocolatados infantis. Esse formato viabiliza o transporte na lancheira e introduz uma alternativa mais nutritiva para as crianças.
Se você quer aumentar o consumo de proteínas sem fazer muito esforço, mas não gosta do sabor ou considera alto o preço de um pote de whey protein, os leites proteicos podem ser úteis. Eles também são válidos para quem tem dificuldade em manter uma boa alimentação e rejeita o sabor de outros suplementos, mas já consome e gosta de leite.
Como você já sabe, o Guia do Supermercado não é patrocinado por nenhuma marca. Por isso temos a liberdade de criticar, mas também de elogiar os produtos que merecem um lugar no nosso carrinho de compras. Para fazer boas escolhas, lembre-se sempre de conferir o rótulo dos produtos avaliados aqui, pois o fabricante pode alterar a receita a qualquer momento, adicionando ou substituindo ingredientes.
Fonte: uol